O Capitólio americano: a medida garantirá o financiamento de todas as agências do governo até setembro de 2015 (Architect of the Capitol/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 05h57.
Washington - Os líderes do Congresso dos Estados Unidos acordaram nesta terça-feira um orçamento de US$ 1,01 trilhão para financiar as despesas do governo federal, até outubro de 2015, e descartaram uma paralisação administrativa como a do ano passado.
Quinta-feira é a data limite para que as duas câmaras aprovem essa medida e evitem a paralisação administrativa, que os republicanos mais conservadores do Tea Party queriam forçar em represália pela regularização por decreto de mais de 5 milhões de imigrantes ilegais.
"A lei será aprovada", garantiu o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.
No mesmo sentido se pronunciou o líder da maioria democrata, Harry Reid, que acrescentou que "não há motivo para uma paralisação do governo e estamos preparados para aprovar esta lei".
A medida garantirá o financiamento de todas as agências do governo até setembro de 2015, exceto o Departamento de Segurança Nacional (com jurisdição em imigração), que estará coberto até 27 de fevereiro, devido a um mecanismo denominado "resolução contínua", que expira nessa data.
Com isso, os republicanos, que em janeiro terão o controle absoluto do Congresso, conseguiram ganhar tempo para traçar sua estratégia legislativa em resposta à decisão do presidente Barack Obama de fazer uso de seu poder executivo para regularizar mais de 5 milhões de imigrantes.
A lei orçamentária, de 1.603 páginas, inclui uma verba de US$ 5,4 bilhões para conter o surto de ebola na África, assim como US$ 64 bilhões para operações militares no exterior, entre elas a luta contra o Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque e a ajuda aos países europeus que enfrentam a ameaça da Rússia.
No total, estão previstos US$ 521 bilhões em gastos militares e US$ 492 bilhões para as agências federais, e o orçamento não inclui valores adicionais para a reforma da saúde de Obama.
A Câmara dos Representantes deve votar na quinta-feira, o que deixaria o Senado com poucas horas para discutir a lei.
Caso a votação se atrase, os legisladores já explicaram que há mecanismos para estender os recursos por alguns dias, até que a lei seja aprovada, e se evite uma paralisação administrativa.
Os líderes do Senado deram como certa a aprovação da lei nesta semana, enquanto a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, se mostrou mais cautelosa.
"Até que não revisemos o texto final, não podemos determinar se os democratas da Câmara apoiarão a lei, mas tenho esperança", disse em comunicado.