Economia

Conab prevê exportação recorde de algodão

Ministério da Agricultura considera que basta o clima cooperar e país deverá quebrar o recorde de exportação do material

Colheita de Algodão: previsão para a atual safra é de 1,95 milhão de toneladas (Fernando Weberich/Divulgacao/Divulgação)

Colheita de Algodão: previsão para a atual safra é de 1,95 milhão de toneladas (Fernando Weberich/Divulgacao/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 12h08.

Rio de Janeiro - A exportação de algodão, prevista para a safra 2010/2011, da ordem de 630 mil toneladas, será um recorde histórico para o Brasil, afirmou à Agência Brasil o gerente da Área de Fibras e Produtos Especiais e Regionais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Djalma de Aquino.

Segundo ele, caso se confirme a safra estimada de 1,95 milhão de toneladas, os embarques de algodão nacional para o exterior poderão ser ainda maiores. “Vai depender de São Pedro”, disse, referindo-se às condições climáticas no país.

Os técnicos da Conab vão fazer este mês um trabalho em campo para saber o que foi plantado no país efetivamente, de modo a confirmar a projeção anterior feita para a safra, antes da conclusão do plantio. No ano passado, o volume de exportação de algodão atingiu 512 mil toneladas. Esse foi o segundo maior recorde brasileiro na área da cotonicultura. O primeiro foi registrado em 2008 e somou 532 mil toneladas.

Djalma de Aquino lembrou que as exportações brasileiras de algodão vêm mostrando uma trajetória de crescimento. Em 1999, no início do novo ciclo de cultura do algodão, com a mudança de plantio do Sul para a Região Centro-Oeste e a Bahia, e com maior uso de tecnologia, a produção nacional da fibra foi de 520 mil toneladas, com importações de 280 mil toneladas e exportações de apenas 4 mil toneladas.

Em 2000, as exportações subiram para 28,5 mil toneladas, passando para 147 mil toneladas no ano seguinte. As vendas ao exterior mantiveram, a partir daí, uma trajetória ascendente, com exceção de 2002 (110 mil toneladas), 2006 (305 mil toneladas) e 2009 (505 mil toneladas), que apresentaram diminuição em relação ao ano anterior.

A perspectiva é boa, garantiu Aquino. “O mais importante é que nós, praticamente, não estamos importando quase nada de algodão, salvo agora, nesse início de ano, que vai ter que entrar alguma importação, porque não existe algodão no mercado interno”. Para não deixar a indústria em falta, o governo federal autorizou a importação de até 250 mil toneladas, entre outubro de 2010 e maio de 2011, que corresponde ao auge da entressafra.

Ele afirmou, porém, que não está fácil adquirir algodão no mercado internacional porque a oferta está reduzida no mundo e os preços estão muito elevados. “Algodão virou ouro. É o ouro branco”. As grandes empresas estão atravessando a crise em melhores condições do que as pequenas e médias empresas, porque de modo geral elas têm um estoque de segurança, além de um bom acompanhamento de mercado. Por isso, ele acredita que a importação autorizada poderá não ser efetivada em sua totalidade.

Em relação ao consumo interno no ano passado, cujos números ainda não foram fechados, a previsão é que e tenham alcançado 1,015 milhão de toneladas no mercado. Para 2011, a projeção é de um consumo de 1,065 milhão de toneladas. Como a demanda este ano ficou um pouco reprimida, Aquino acredita que esse volume poderá não ser atingido porque há muitas pequenas e médias empresas fora do mercado. “Algumas pararam e outras estão funcionando parcialmente, em função do preço do algodão e da dificuldade de repasse de subprodutos como fio e tecido”.

A China se mantém como terceiro mercado importador do Brasil e, de acordo com as expectativas, poderá ampliar sua participação na balança comercial do algodão este ano. Em 2003, o mercado chinês importou do Brasil 17 mil toneladas de algodão. Em 2005, o volume foi elevado para 77,5 mil toneladas, caindo no ano seguinte para 21 mil toneladas. Em 2010, os chineses registraram o recorde de 84,5 mil toneladas importadas de algodão brasileiro. Os principais importadores do Brasil são a Indonésia e Coreia do Sul.

Djalma Aquino acredita que caso se confirme a safra recorde nacional 2010/2011, o volume de compra pela China poderá se ampliar. “Porque o consumo dela [China] está aumentando”. Os Estados Unidos são o principal mercado fornecedor para a China que é, também, um potencial cliente do Brasil, disse o gerente da Conab.

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