Coca e Pepsi, tremei: o imposto do refrigerante deu certo
Única cidade americana que aplicou imposto sobre refrigerante teve queda forte no consumo, mas situação internacional é um pouco mais complicada
João Pedro Caleiro
Publicado em 26 de agosto de 2016 às 06h04.
São Paulo - Berkeley, na Califórnia , é a única cidade dos Estados Unidos que já implementou um imposto sobre bebidas açucaradas como refrigerantes e chás doces.
A taxa é de um centavo por onça (cerca de 30 mililitros), o que acaba dando cerca de 20 centavos de dólar para uma garrafinha de 600 ml.
A cobrança foi aprovada pelos eleitores em novembro de 2014, entrou em vigor em março de 2015 e já dá sinais de estar funcionando.
Um estudo publicado no American Journal of Public Health nessa terça-feira comparou o consumo de refrigerante em bairros de baixa renda da cidade entre abril e julho de 2014 e abril e agosto de 2015 .
O resultado: queda de 22% no consumo, enquanto áreas com perfis similares nas vizinhas São Francisco e Oakland tiveram alta de 4% no mesmo período. Os mecanismos não estão claros:
"Não sabemos se a redução é resultado do aumento de preços ou um reflexo da maior conscientização resultante de uma campanha bem-sucedida sobre o imposto", diz Jennifer Falbe, pesquisadora de pós-doutorado da Escola de Saúde Pública da University of California-Berkeley, que liderou o estudo.
Iniciativas
Em junho, um imposto do refrigerante foi aprovado na Filadélfia, a mais pobre das grandes cidades americanas. Pesou também um incremento estimado de US$ 91 milhões na arrecadação com destino carimbado para a educação.
Dezenas de cidades americanas já tentaram e fracassaram ao tentar implementar impostos do tipo.
Quando era prefeito de Nova York, o bilionário Michael Bloomberg tentou - sem sucesso - banir refrigerantes gigantes na cidade.
Países como Noruega, França e Finlândia também tem taxação extra sobre bebidas com açúcar. O Reino Unido aprovou o seu em março, mas o caso mais curioso é do México.
O país é o maior consumidor de refrigerante per capita do mundo - quase meio litro por dia, em média - e já ultrapassou os Estados Unidos como o país mais obeso do planeta.
Os primeiros números depois do novo imposto mostravam uma queda forte no consumo, mas recentemente houve nova alta - alívio para os fabricantes do setor, que gastam milhões em campanhas e recursos contra os novos impostos.
Uma das críticas comuns a essas taxas é que elas são regressivas já que os mais pobres são os principais consumidores de refrigerante (mesmo caso do cigarro).
Acontece que as doenças também são "regressivas" e mais comuns nessa faixa da população, que sofrem com o problema adicional de falta de tratamento.
No final, o sucesso ou fracasso só poderá ser avaliado no longo prazo, quando ficarem claros os efeitos desses impostos sobre a obesidade e a saúde pública.
Veja a seguir 6 desses comerciais.
Veja também:
50 cartazes que contam a história da Coca-Cola
Veja também:
Como surgiu a marca Pepsi
Veja também:
5 embalagens especiais lançadas pela Coca-Cola
Em determinado momento, os personagens trocam de refrigerantes para comparar sabores. O motorista da Pepsi devolve a Coca-Cola ao novo amigo, mas o da Cola-Cola, não...
Criado pela agência BBDO e dirigido por Joe Pytk, o filme foi veiculado pela primeira vez durante o Super Bowl de 1995, o evento esportivo de maior audiência dos Estados Unidos.
Veja também:
Coca-Cola traz de volta sua primeira garrafa de vidro
Veja também:
6 marcas que estão sacudindo as mídias sociais
Assista ao segundo filme a seguir. Veja também:
6 confrontos entre marcas que deram o que falar
Leia também:
Coca-Cola, entre as 10 marcas mais valiosas do mundo. Veja quem são as outras.