Economia

CNI prevê mais atividade da indústria de transformação

Com a perspectiva de retomada da atividade econômica e dos investimentos, a tendência é que o crescimento da demanda se reflita nos indicadores de produção


	Indústria: apesar de os indicadores de produção terem tido um desempenho moderado, a massa salarial e o rendimento médio real apresentaram um forte crescimento
 (Ross Land/Getty Images)

Indústria: apesar de os indicadores de produção terem tido um desempenho moderado, a massa salarial e o rendimento médio real apresentaram um forte crescimento (Ross Land/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília - Com os estoques ajustados, a indústria de transformação deve ter um desempenho melhor neste ano do que em 2012, segundo o gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

De janeiro a novembro de 2012, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada médio da indústria caiu 1 ponto porcentual em relação ao mesmo período de 2011, de 82,4% para 81,4%. O motivo foi o processo de ajuste de estoques muito lento ao longo do ano passado. Embora as vendas tenham tido um desempenho moderado, com alta de 2,8%, as horas trabalhadas recuaram 1,5% no período. 

Agora, com a perspectiva de retomada da atividade econômica e dos investimentos e os estoques mais ajustados, a tendência é que o crescimento da demanda se reflita nos indicadores de produção. "A atividade tende a crescer em 2013 mais próxima da demanda", afirmou Castelo Branco.

Ele lembrou que as importações acabam absorvendo parte do crescimento do consumo das famílias, mas admitiu que o câmbio está melhor para a indústria. "Devemos ter em 2013 uma relação mais estreita entre vendas e produção."

Apesar de os indicadores de produção terem tido um desempenho moderado, a massa salarial e o rendimento médio real apresentaram um forte crescimento. De janeiro a novembro de 2012, a massa aumentou 5% e a renda, 5,2%. Conforme Castelo Branco, isso demonstra a pressão de custos do setor industrial. "O desempenho produtivo não é tão favorável, mas os salários crescem", afirmou.


O ano de 2013 também deve apontar uma recuperação nos investimentos. A CNI trabalha com dois cenários. No primeiro, que as medidas adotadas pelo governo para estimular a economia terão efeito rapidamente, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 4%, a indústria registrará uma alta de 4,1%, a indústria de transformação, de 4%, e os investimentos, 7%. No segundo, em que os efeitos das medidas estarão defasados, o PIB cresceria 3%, a indústria, 2,3%, a indústria de transformação, 2%, e os investimentos, 4%.

Novembro

De acordo com Castelo Branco, os indicadores da indústria no mês de novembro foram positivos, em especial o faturamento, que aumentou 2,5% na comparação com outubro, com ajuste, enquanto as horas trabalhadas ficaram próximas da estabilidade, com alta de 0,2%.

Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 81,4%, mesmo resultado de novembro de 2011 e o melhor nível desde março de 2012. "Temos um quadro de recuperação, mas ainda com ritmo moderado a lento. Ainda não se caracterizou uma recuperação de magnitude mais expressiva para a indústria."

O emprego registrou o terceiro mês consecutivo de crescimento, com alta de 0,2% em relação a outubro, com ajuste, e o rendimento médio real teve um avanço de 7%, o maior para meses de novembro desde o início da série, em 2006. A massa salarial teve alta de 6,8%, resultado melhor que a média histórica para o mês.

Em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2011, dos 19 setores, 12 registraram aumento do faturamento em novembro, 6 tiveram queda e 1, estabilidade. A CNI destacou que o setor de vestuário teve alta de 6,2% no período, e as horas trabalhadas aumentaram 10,7%, um reflexo, segundo a entidade, das medidas de desoneração da folha de pagamento.

Já o setor de material eletrônico e de comunicação teve alta de 4,9% no faturamento, mas um recuo de 23,5% nas horas trabalhadas. Segundo a CNI, o setor sofre com a competição externa, que também já atinge os insumos utilizados na produção.

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