Classe C se consolida no setor de microfranquia no Brasil
O comportamento hoje da classe C não está só no consumo, mas também no empreendedorismo, disse especialista
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 08h13.
Rio de Janeiro - O empreendedorismo por meio de microfranquias é uma realidade que vem se consolidando ano a ano no Brasil, disse à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF Rio), Beto Filho. O grande consumidor brasileiro pertence atualmente à classe C, que responde por cerca de 57% da população consumidora e é também compradora de franquias, acrescentou.
Ele explicou que o comportamento hoje da classe C não está só no consumo, mas também no empreendedorismo, porque, com o apoio dos bancos oficiais e das agências de fomento dos estados, além dos bancos privados, há sustentação financeira para a categoria também virar empreendedora, empresária.
Os investimentos nas franquias vão de R$ 5 mil a R$ 8 milhões. São 2,7 mil marcas franqueadoras em vários segmentos de negócios, que incluem, entre outras, as áreas de serviços, alimentação, higiene, limpeza. A microfranquia responde por 5,11% da receita total do setor e alcançou faturamento de R$ 5,9 bilhões em 2013.
Atualmente, são 384 marcas em operação e 17.197 pontos de venda. O aumento registrado no ano passado pelas microfranquias, em comparação ao ano anterior, foi 29% em termos de unidades e 31% em faturamento.
A microfranquia é mais barata, exige investimento até R$ 80 mil. Beto Filho informou que o setor que atrai mais os pequenos franqueadores da classe C no Brasil é alimentação. Um exemplo de microfranquia é a Doutor Lubrifica, que participa pela primeira vez da feira Expo Franchising ABF Rio 2014, que será aberta hoje (25) no Riocentro, na capital fluminense.
No mercado brasileiro há apenas seis meses, a Doutor Lubrifica atua no serviço delivery (entrega) de troca de óleo e filtros de carros, motos e caminhões.
Com 23 unidades comercializadas, sendo uma delas no município fluminense de Campo dos Goytacazes, os sócios e fundadores da marca, Alexandre Loudrade e Vinicius Almeida, querem ampliar a microfranquia no estado, onde pretendem abrir mais 20 unidades até o fim deste ano. A ideia, segundo eles, é oferecer cada vez mais comodidade ao consumidor. O investimento no modelo é a partir de R$ 37 mil.
Independentemente da questão de crise econômica que vem assustando o mercado, o setor de franquias funciona de forma autônoma, sustentou Beto Filho. “Tanto é que estamos com uma expectativa de crescimento para este ano entre 7% e 8%. A gente tem uma perspectiva positiva pelo ano peculiar de Copa do Mundo, eleições, entre outros fatores”.
Outro termômetro que mostra o vigor diferenciado do setor de franquias é a Expo Franchising ABF Rio, que se estenderá até o dia 27. A feira recebeu três vezes mais inscritos do que no ano passado, no mesmo período. Segundo Beto Filho, isso sinaliza que o mercado está propenso a abrir negócios.
A expectativa é gerar negócios durante a feira da ordem de R$ 190 milhões, recebendo 27 mil visitantes. Ele observou que a própria crise contribui para esse movimento, ao levar as pessoas a investir seu dinheiro no mercado produtivo, visando a obter resultados.
“O setor de franchising tem característica própria. Ele é o último a entrar em crise e o primeiro a sair”. Por isso, a perspectiva para o setor de franquias é diferente da expectativa do mercado em geral.
Considerando os dois primeiros trimestres do ano, o crescimento do setor atinge 7%. O faturamento total do franchising atingiu R$ 115 bilhões, no ano passado. Com a perspectiva de crescimento, esse número será ampliado em cerca de R$ 9 bilhões ou R$ 10 bilhões, disse Beto Filho.
O setor responde pela geração e manutenção de 1,1 milhão de empregos diretos em todo o país. Em termos de empregos indiretos, são 5 milhões de pessoas, acrescentou. Hoje, já são 150 mil pontos de venda em todo o Brasil, entre serviços e varejo.