Chuvas surpreendem e podem reduzir necessidade de térmicas
As chuvas nas regiões em que estão as principais hidrelétricas ficaram acima das expectativas favoreceram uma boa recuperação dos reservatórios
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 19h17.
São Paulo - As chuvas nas regiões em que estão as principais hidrelétricas do Brasil ficaram acima das expectativas em janeiro e favoreceram uma boa recuperação dos reservatórios no Sul e no Sudeste, enquanto Nordeste e Norte devem ter melhoria do quadro hídrico nas próximas semanas.
Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, uma continuidade do cenário de chuvas favoráveis poderia abrir caminho para o desligamento de mais termelétricas após março, final do período úmido, o que dependerá principalmente da evolução do nível das represas no Nordeste.
Entre 1 e 21 de janeiro, os reservatórios do Sudeste subiram quase 10 pontos percentuais, para 39,8 por cento, ante 29,9 por cento, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico ( ONS ).
No Nordeste a recuperação foi bem menor, de quase 4 pontos, para 8,9 por cento, ante 5,1 por cento em 1° de janeiro.
"A hidrologia tem realmente surpreendido... Os reservatórios do Sudeste, que estavam subindo 0,1 ponto ao dia, subiram quase 1 ponto por dia nos últimos dias. É uma recuperação bastante forte, e essa chuva do Sudeste está se deslocando para o Nordeste e para o Norte", afirmou o sócio da comercializadora Compass, Marcelo Parodi.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), deverá haver aumento do volume de afluências no Norte e Nordeste nas próximas semanas devido ao deslocamento do fenômeno Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) para essas regiões.
O ONS estimou que as chuvas do Nordeste deverão ser de 60 por cento da média histórica na próxima semana, ante 28 por cento na semana anterior. No Norte a projeção é de 57 por cento da média, ante 43 por cento na semana passada.
"Está havendo uma chuva na região Norte de Minas Gerais, que já pega a bacia do rio São Francisco (considerada submercado Nordeste)", apontou Fábio Cubeiros, gerente de regulação da Safira Energia.
Para Cubeiros, janeiro foi bastante positivo em chuvas, o que significa que o país pode ter um período úmido mais próximo do normal após dois anos de hidrologia negativa.
O ONS estimou que os reservatórios do Sudeste devem acabar janeiro em 46,5 por cento. A Compass estima um número próximo, de 44,4 por cento, enquanto a Safira aponta para entre 42 e 43 por cento.
"Ninguém esperava uma hidrologia tão favorável... Se tivermos em fevereiro e março indicações de chuva perto da média, já seria talvez um indicador suficiente para dar conforto ao ONS para reduzir a geração térmica", afirmou Parodi, da Compass.
Cubeiros, da Safira, tem opinião semelhante e acredita que talvez seja possível desligar "algumas" térmicas mais à frente, embora o quadro do Nordeste deva seguir exigindo o uso dessas usinas, que são mais caras que as hidrelétricas. "As chuvas no Nordeste estão ajudando a encher (os reservatórios). Se continuar assim, pode ser que lá para março já esteja melhor... Talvez dê pra desligar algumas térmicas, as mais caras", disse.
O comportamento dos reservatórios do Nordeste, no entanto, é mais incerto. O ONS estima que as hidrelétricas da região fechem janeiro com 19,9 por cento da capacidade, número considerado otimista por Safira e Compassa, que projetam 10 por cento e 12 por cento, respectivamente.
São Paulo - As chuvas nas regiões em que estão as principais hidrelétricas do Brasil ficaram acima das expectativas em janeiro e favoreceram uma boa recuperação dos reservatórios no Sul e no Sudeste, enquanto Nordeste e Norte devem ter melhoria do quadro hídrico nas próximas semanas.
Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, uma continuidade do cenário de chuvas favoráveis poderia abrir caminho para o desligamento de mais termelétricas após março, final do período úmido, o que dependerá principalmente da evolução do nível das represas no Nordeste.
Entre 1 e 21 de janeiro, os reservatórios do Sudeste subiram quase 10 pontos percentuais, para 39,8 por cento, ante 29,9 por cento, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico ( ONS ).
No Nordeste a recuperação foi bem menor, de quase 4 pontos, para 8,9 por cento, ante 5,1 por cento em 1° de janeiro.
"A hidrologia tem realmente surpreendido... Os reservatórios do Sudeste, que estavam subindo 0,1 ponto ao dia, subiram quase 1 ponto por dia nos últimos dias. É uma recuperação bastante forte, e essa chuva do Sudeste está se deslocando para o Nordeste e para o Norte", afirmou o sócio da comercializadora Compass, Marcelo Parodi.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), deverá haver aumento do volume de afluências no Norte e Nordeste nas próximas semanas devido ao deslocamento do fenômeno Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) para essas regiões.
O ONS estimou que as chuvas do Nordeste deverão ser de 60 por cento da média histórica na próxima semana, ante 28 por cento na semana anterior. No Norte a projeção é de 57 por cento da média, ante 43 por cento na semana passada.
"Está havendo uma chuva na região Norte de Minas Gerais, que já pega a bacia do rio São Francisco (considerada submercado Nordeste)", apontou Fábio Cubeiros, gerente de regulação da Safira Energia.
Para Cubeiros, janeiro foi bastante positivo em chuvas, o que significa que o país pode ter um período úmido mais próximo do normal após dois anos de hidrologia negativa.
O ONS estimou que os reservatórios do Sudeste devem acabar janeiro em 46,5 por cento. A Compass estima um número próximo, de 44,4 por cento, enquanto a Safira aponta para entre 42 e 43 por cento.
"Ninguém esperava uma hidrologia tão favorável... Se tivermos em fevereiro e março indicações de chuva perto da média, já seria talvez um indicador suficiente para dar conforto ao ONS para reduzir a geração térmica", afirmou Parodi, da Compass.
Cubeiros, da Safira, tem opinião semelhante e acredita que talvez seja possível desligar "algumas" térmicas mais à frente, embora o quadro do Nordeste deva seguir exigindo o uso dessas usinas, que são mais caras que as hidrelétricas. "As chuvas no Nordeste estão ajudando a encher (os reservatórios). Se continuar assim, pode ser que lá para março já esteja melhor... Talvez dê pra desligar algumas térmicas, as mais caras", disse.
O comportamento dos reservatórios do Nordeste, no entanto, é mais incerto. O ONS estima que as hidrelétricas da região fechem janeiro com 19,9 por cento da capacidade, número considerado otimista por Safira e Compassa, que projetam 10 por cento e 12 por cento, respectivamente.