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Chanceler argentino acusa UE de intromissão no Mercosul

"(Na UE) há gente que acredita que pode fazer um acordo com o Mercosul dividido", afirmou Timerman em Montevidéu

A Câmara dos Deputados argentina começou nesta quinta-feira a debater em comissões o projeto de lei para a desapropriação (Daniel Garcia/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 16h48.

Montevidéu - O chanceler argentino, Héctor Timerman, disse nesta quinta-feira que é preocupante que a União Europeia (UE) queira decidir que países podem integrar o Mercosul, no meio da polêmica motivada pela desapropriação de 51% das ações da YPF, controlada pela espanhola Repsol.

"(Na UE) há gente que acredita que pode fazer um acordo com o Mercosul dividido", afirmou Timerman em Montevidéu durante discurso na inauguração da Cátedra Argentina do Centro de Formação para a Integração Regional (CEFIR), com sede na capital uruguaia.

"Enfrentamos gente que quer continuar destruindo a unidade latino-americana e que quer continuar vendo problemas entre a Argentina e seus parceiros do Mercosul", disse o chanceler.

O bloco econômico sul-americano é integrado também pelo Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela em processo de entrada formal.

"Quem é a UE para dizer quem integra o Mercosul e quem não? É como se eu dissesse amanhã à UE que vou negociar com todos menos com a Bélgica", disse. "Alguém do Mercosul pode dizer que a UE são todos menos a França? No entanto, a UE diz que o Mercosul são todos menos a Argentina. Isso é preocupante", acrescentou.

Na segunda-feira o ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, colocou aos países da UE a opção de continuar a negociação do acordo de associação com o Mercosul sem a Argentina.

"É provável que isto seja uma solução que interesse ao Brasil, que interesse ao Uruguai, ao Paraguai", disse.


García-Margallo afirmou que dessa forma poderia desbloquear a negociação de um tratado com o Mercosul, de acordo com ele "para que toda a frota não fique paralisada pela marcha lenta de um país, a Argentina, que parece ter escolhido uma via original na América Latina".

No ato em que Timerman participou nesta quinta-feira em Montevidéu também esteve presente seu colega uruguaio, Luis Almagro, que disse respeitar a decisão argentina.

"Seja no tema da YPF ou seja nessa luta histórica por uma negociação para resolver a soberania das Ilhas Malvinas, sem prejuízo dos temas que os advogados terão que resolver, o Uruguai apoia as decisões soberanas da Argentina", disse Almagro.

O projeto governamental para expropriar 51% das ações da YPF, que pertenciam à espanhola Repsol, foi aprovado na madrugada desta quinta-feira pelo Senado da Argentina com o voto favorável de 63 senadores, a rejeição de três e quatro abstenções.

A Câmara dos Deputados argentina começou nesta quinta-feira a debater em comissões o projeto de lei para a desapropriação.

A Repsol é dona de uma participação total de 57,43% na YPF. Os outros sócios são o grupo argentino Petersen (25,46%) e o Estado argentino (0,02%), enquanto o restante 17,09% é cotado nas Bolsas de Buenos Aires e Nova York.

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Montevidéu - O chanceler argentino, Héctor Timerman, disse nesta quinta-feira que é preocupante que a União Europeia (UE) queira decidir que países podem integrar o Mercosul, no meio da polêmica motivada pela desapropriação de 51% das ações da YPF, controlada pela espanhola Repsol.

"(Na UE) há gente que acredita que pode fazer um acordo com o Mercosul dividido", afirmou Timerman em Montevidéu durante discurso na inauguração da Cátedra Argentina do Centro de Formação para a Integração Regional (CEFIR), com sede na capital uruguaia.

"Enfrentamos gente que quer continuar destruindo a unidade latino-americana e que quer continuar vendo problemas entre a Argentina e seus parceiros do Mercosul", disse o chanceler.

O bloco econômico sul-americano é integrado também pelo Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela em processo de entrada formal.

"Quem é a UE para dizer quem integra o Mercosul e quem não? É como se eu dissesse amanhã à UE que vou negociar com todos menos com a Bélgica", disse. "Alguém do Mercosul pode dizer que a UE são todos menos a França? No entanto, a UE diz que o Mercosul são todos menos a Argentina. Isso é preocupante", acrescentou.

Na segunda-feira o ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, colocou aos países da UE a opção de continuar a negociação do acordo de associação com o Mercosul sem a Argentina.

"É provável que isto seja uma solução que interesse ao Brasil, que interesse ao Uruguai, ao Paraguai", disse.


García-Margallo afirmou que dessa forma poderia desbloquear a negociação de um tratado com o Mercosul, de acordo com ele "para que toda a frota não fique paralisada pela marcha lenta de um país, a Argentina, que parece ter escolhido uma via original na América Latina".

No ato em que Timerman participou nesta quinta-feira em Montevidéu também esteve presente seu colega uruguaio, Luis Almagro, que disse respeitar a decisão argentina.

"Seja no tema da YPF ou seja nessa luta histórica por uma negociação para resolver a soberania das Ilhas Malvinas, sem prejuízo dos temas que os advogados terão que resolver, o Uruguai apoia as decisões soberanas da Argentina", disse Almagro.

O projeto governamental para expropriar 51% das ações da YPF, que pertenciam à espanhola Repsol, foi aprovado na madrugada desta quinta-feira pelo Senado da Argentina com o voto favorável de 63 senadores, a rejeição de três e quatro abstenções.

A Câmara dos Deputados argentina começou nesta quinta-feira a debater em comissões o projeto de lei para a desapropriação.

A Repsol é dona de uma participação total de 57,43% na YPF. Os outros sócios são o grupo argentino Petersen (25,46%) e o Estado argentino (0,02%), enquanto o restante 17,09% é cotado nas Bolsas de Buenos Aires e Nova York.

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