Economia

Brasil tem 4º Big Mac mais caro do mundo, diz The Economist

Índice Big Mac mostra que cotação de R$ 2,59 significa que real está sobrevalorizado em 8,7%, atrás só de Suíça, Noruega e Dinamarca

Big Mac (Divulgação)

Big Mac (Divulgação)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 09h22.

São Paulo - O Brasil foi da 5ª para a 4ª posição entre os Big Macs mais caros do mundo, de acordo com a revista britânica The Economist.

O Índice Big Mac calcula semestralmente desde 1986 os preços do hambúrguer em vários países para determinar quais moedas estão valorizadas demais (ou de menos) em relação ao dólar.

Os números atualizados ontem mostram que o produto custa hoje no Brasil R$ 13,50, ou 5,21 dólares com cotação de R$ 2,59, uma sobrevalorização de 8,7%.

O primeiro lugar fica com a moeda da Suíça, 57,5% acima do que seria esperado. Na semana passada, o Banco Central do país surpreendeu o mundo ao voltar para o câmbio flutuante após 3 anos sustentando uma desvalorização artificial do franco. 

Além da Suíça, a valorização da moeda brasileira também também fica atrás de Noruega (31,5%) e Dinamarca (12,2%). Completa a lista das moedas sobrevalorizadas a Suécia, com 3,7%.

Os outros 38 países tem moeda subvalorizada: nas últimas posições ficam Índia (-60,6%), Rússia (71,5%) e Ucrânia (74,9%).

Metodologia

O Índice Big Mac não tem pretensão científica e é "meramente uma ferramenta para tornar a teoria de taxas de câmbio mais palatável", segundo a própria revista.

De acordo com a noção de paridade de poder de compra, as taxas de câmbio tendem a caminhar no longo prazo para que um mesmo bem ou serviço - no caso, o Big Mac - fique com o mesmo preço em dólar em qualquer país.

Essa equalização ocorreria por aqui se um dólar valesse hoje R$ 2,82 e não R$ 2,59.

O método, incluído em livros didáticos e tema de mais de 20 trabalhos acadêmicos, foi criticado por não levar em conta o fato de que países mais pobres tem em geral menor custo de mão de obra - e, portanto, preços menores.

Em resposta, a Economist criou um segundo índice ajustado que incorpora o PIB per capita. Com este critério, o Brasil é primeiro lugar absoluto, com um Big Mac 68,5% mais caro do que seria esperado.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoCâmbioComércioDólarEmpresasEmpresas americanasFast foodFranquiasMcDonald'sMoedasRealRestaurantesThe Economist

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor