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Brasil pode ter trimestre de recessão, diz Levy em Davos

Em entrevista para a Bloomberg TV direto de Davos, o ministro disse que PIB pode ser negativo por um trimestre, mas "sem grandes consequências materiais"

Joaquim Levy em entrevista para a Bloomberg TV em Davos, na Suíça (Reprodução/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 15h46.

São Paulo - O Brasil pode ter um trimestre de contração econômica, disse hoje Joaquim Levy em entrevista para a Bloomberg TV.

O ministro da Fazenda está no Fórum Econômico Mundial em Davos , na Suíça, para onde foi com a missão de recuperar a confiança na política econômica brasileira.

Perguntado se as últimas medidas de corte de gastos e aumento de impostos podem atrapalhar o crescimento , o ministro disse que "o PIB do Brasil é muito resiliente, mas estamos perto de zero, então podemos ter um trimestre [negativo], mas sem grandes consequências materiais, porque o que importa é para onde você está indo."

Ele classificou as últimas medidas como "a retirada de políticas anti-cíclicas (...) sincronizada com o que ocorre nos nossos principais parceiros comerciais", como Estados Unidos e China.

Sobre outros passos que podem ser tomados para retomar o crescimento e conter a inflação, citou ações para reduzir o custo de fazer negócios, como simplificação tributária.

O objetivo, no momento, "é criar uma base sólida para a situação fiscal para que as pessoas tomem risco; elas precisam ver e ter confiança na direção geral do país para voltar a fazer os tipos de investimento que estão acostumadas a fazer".

Petróleo e BRICS

Perguntado sobre a queda do preço do petróleo, já por volta dos US$ 50, ele disse que o efeito sobre o Brasil é "neutro, mas no fim positivo" já que estimula a recuperação da economia mundial e, por consequência, as exportações brasileiras.

Ele não vê grande impacto da queda do petróleo na situação fiscal do Brasil, apesar de significar que a Petrobras vai lucrar menos, "como qualquer companhia de petróleo".

Levy também falou sobre a desaceleração chinesa, dias após o país divulgar seu menor crescimento em 24 anos. Na sua visão, a China cresceu muito tempo com base externa e agora está “convergindo para um limite natural para quem cresce de acordo com a própria demanda (...) mas de forma ordenada”.

Ele também notou que como a China está mudando sua fonte de crescimento do investimento para o consumo, é normal que as taxas de aumento da demanda por produtos que o Brasil exporta, como minério de ferro, seja menor do que a taxa geral de crescimento da economia chinesa.

Perguntado se o Brasil ainda é um BRIC, Levy respondeu: "Sim, e vamos construir nosso crescimento tijolo por tijolo", fazendo um trocadilho com a palavra "brick" (tijolo) em inglês.

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Perguntado se as últimas medidas de corte de gastos e aumento de impostos podem atrapalhar o crescimento , o ministro disse que "o PIB do Brasil é muito resiliente, mas estamos perto de zero, então podemos ter um trimestre [negativo], mas sem grandes consequências materiais, porque o que importa é para onde você está indo."

Ele classificou as últimas medidas como "a retirada de políticas anti-cíclicas (...) sincronizada com o que ocorre nos nossos principais parceiros comerciais", como Estados Unidos e China.

Sobre outros passos que podem ser tomados para retomar o crescimento e conter a inflação, citou ações para reduzir o custo de fazer negócios, como simplificação tributária.

O objetivo, no momento, "é criar uma base sólida para a situação fiscal para que as pessoas tomem risco; elas precisam ver e ter confiança na direção geral do país para voltar a fazer os tipos de investimento que estão acostumadas a fazer".

Petróleo e BRICS

Perguntado sobre a queda do preço do petróleo, já por volta dos US$ 50, ele disse que o efeito sobre o Brasil é "neutro, mas no fim positivo" já que estimula a recuperação da economia mundial e, por consequência, as exportações brasileiras.

Ele não vê grande impacto da queda do petróleo na situação fiscal do Brasil, apesar de significar que a Petrobras vai lucrar menos, "como qualquer companhia de petróleo".

Levy também falou sobre a desaceleração chinesa, dias após o país divulgar seu menor crescimento em 24 anos. Na sua visão, a China cresceu muito tempo com base externa e agora está “convergindo para um limite natural para quem cresce de acordo com a própria demanda (...) mas de forma ordenada”.

Ele também notou que como a China está mudando sua fonte de crescimento do investimento para o consumo, é normal que as taxas de aumento da demanda por produtos que o Brasil exporta, como minério de ferro, seja menor do que a taxa geral de crescimento da economia chinesa.

Perguntado se o Brasil ainda é um BRIC, Levy respondeu: "Sim, e vamos construir nosso crescimento tijolo por tijolo", fazendo um trocadilho com a palavra "brick" (tijolo) em inglês.

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