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BNDES amplia exigências antes de empréstimo para Confins

O governo federal reabriu o aeroporto da Pampulha para voos de longa distância, tornando-o concorrente do terminal internacional

BNDES: o empréstimo de longo prazo de 600 milhões de reais ao consórcio estava em fase adiantada de análise (Pilar Olivares/Reuters)
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Reuters

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 21h57.

Rio de Janeiro - O BNDES fez novas exigências à concessionária do aeroporto de Confins , adiando temporariamente a liberação de um financiamento de longo prazo, após o governo federal reabrir o aeroporto da Pampulha para voos de longa distância, tornando-o concorrente do terminal internacional.

A avaliação do banco é que a abertura da Pampulha cria um potencial desequilíbrio nas finanças da Zurich Airport e da CCR, que administram Confins.

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Segundo a superintendente da área de infraestrutura do BNDES, Luciene Machado, o empréstimo de longo prazo de 600 milhões de reais ao consórcio estava em fase adiantada de análise, mas foi postergado temporariamente após a abertura do terminal da Pampulha.

"Estamos atualizando a análise após a abertura de Pampulha. Precisamos fazer uma análise economico-financeira porque a abertura da Pampulha interfere na demanda projetada para Confins assim como geração de caixa, divida e outros", disse ela à Reuters. "Não houve interrupção porque não houve uma aprovação do financiamento nem uma data para o desembolso" adicionou.

Para dar mais fôlego a concessionária, o BNDES vai prorrogar um empréstimo ponte de 450 milhões de reais que venceria agora no fim do ano para 15 de janeiro e, provavelmente, em 15 de janeiro, será novamente prorrogado.

"Vamos dar tempo para que as informações cheguem e no ano que vem vamos falar em desembolso. Não desistimos de apoiar a concessionária, mas temos que demonstrar a sustentabilidade do projeto e da dívida".

O terminal da Pampulha vinha operando com voos regionais e recentemente ganhou aval para operar também com longa distância.

"Com a Pampulha fazendo voos longos, cria uma concorrência com Confins e tende a reduzir o fluxo de passageiros e cargas do terminal. Isso afeta o caixa da concessão e as garantias para a tomada do financiamento. O banco precisa de mais informações para saber qual o impacto sobre a concessão".

Uma fonte a par do assunto disse que tinha alertado o governo sobre o risco que a abertura de Pampulha representava para Confins. A reabertura da Pampulha para voos longos fez parte de um acordo político com o Partido da República (PR) para garantir votos contra a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer.

"A gente já tinha avisado a área política do governo que ia dar confusão. Foi uma decisão política a reabertura da Pampulha e não técnica", disse a segunda fonte próxima as negociações.

O PR tem forte atuação na estatal de aeroportos Infraero, e quer manter sua influência na empresa. A legenda teria se comprometido ainda em reunir o máximo de apoio para aprovação da reforma da Previdência.

"O BNDES contava com a receita de Confins como garantia para o empréstimo de longo prazo para a concessionária. A Zurich está muito irritada. Se não ajeitar isso ou vão devolver ou judicializar", disse a fonte.

O PR também conseguiu na barganha política retirar dos planos do governo a ideia de conceder o terminal de Congonhas, em São Paulo, em 2018.

A fonte disse temer que essas negociações afetem outras concessões de terminais previstas para 2018, quando o governo pretende conceder terminais no Nordeste e no Centro-Oeste.

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