BCE mantém plano de estímulo apesar de crescimento mais forte
O banco manteve as taxas baixas e confirmou que o seu programa de compra de ativos continuaria em 60 bilhões de euros por mês
Reuters
Publicado em 20 de julho de 2017 às 09h22.
Última atualização em 20 de julho de 2017 às 11h36.
Frankfurt - O Banco Central Europeu ( BCE ) reafirmou a sua política ultraexpansionista nesta quinta-feira e manteve a porta aberta para impulsionar as suas compras de títulos, se necessário, apesar do aumento da economia da zona do euro.
Depois que o presidente do BCE, Mario Draghi, aumentou no mês passado a expectativa de aperto na política monetária, ele sinalizou que quaisquer ajustes viriam apenas gradualmente, preparando a cena para uma possível discussão em setembro sobre a esperada redução de compras de ativos.
"Precisamos ser persistentes e pacientes porque ainda não estamos lá, e prudentes", afirmou Draghi em sua coletiva de imprensa após a reunião dos intengrantes do BCE em Frankfurt.
Ele enfatizou que os integrantes do BCE foram unânimes na decisão de manter suas orientações de política monetária inalteradas e evitar estabelecer uma data precisa para uma discussão sobre medidas futuras, observando apenas que isso ocorreria no outono (hemisfério norte).
Com a economia da zona do euro crescendo pelo 17º trimestre consecutivo, melhor desempenho desde a crise financeira global de 2007-2008, o que sugere que o BCE está começando a contemplar um alívio na política monetária, preservando algum poder de fogo após imprimir cerca de 2 trilhões de euros para estimular o crescimento da região.
A perspectiva de redução do estímulo monetário manteve os mercados financeiros nervosos, com os investidores buscando indícios de como os bancos centrais em todo o mundo vão começar a relaxar políticas monetárias não convencionais que mantiveram os custos de empréstimos em patamares baixos.
O euro e os rendimentos dos títulos de governos em todo o bloco inicialmente recuaram após o anúncio do BCE. Mas, conforme Draghi falava, o euro foi acima de 1,15 dólar e os rendimentos das obrigações da zona do euro avançaram, aparentemente, na confirmação de que as expectativas de que a retirada de estímulos pode ser discutida no outono.
O BCE manteve as taxas baixas e confirmou que o seu programa de compra de ativos continuaria em 60 bilhões de euros por mês, em linha com as expectativas de analistas consultados pela Reuters.