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Acordo com UE já traz impacto positivo, diz chanceler

Acordo ainda precisa ser ratificado por cada um dos 32 países envolvidos

Ernesto Araújo: "Já estamos começando a detectar impacto muito positivo em termos de atração de investimentos" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2019 às 10h22.

Última atualização em 5 de julho de 2019 às 10h47.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia , anunciado na semana passada, já começa a produzir resultados positivos, apesar de ainda precisar ser ratificado por cada um dos 32 países envolvidos.

"Mesmo antes da entrada em vigor do acordo, que deve levar algum tempo, já estamos começando a detectar impacto muito positivo em termos de atração de investimentos. Os investidores já enxergam o Brasil de uma maneira completamente diferente e já vão começar a se posicionar aqui em função desse acesso preferencial que nós ganhamos ao mercado europeu", afirmou o chanceler ontem (4), durante live semanal com o presidente Jair Bolsonaro no Facebook .

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O ministro disse também que pretende acelerar a vigência do acordo, pelo lado brasileiro, assim que que ele for aprovado pelo Congresso Nacional.

"Vamos tentar que, dentro do Mercosul, a gente tenha um arranjo para que possa entrar em vigor assim que for aprovado em cada um dos parlamentos do bloco. Do lado da União Europeia não é possível essa entrada individual, mas do nosso lado é possível, vamos trabalhar para que isso possa ser feito dessa maneira, para que essas vantagens comecem a resultar o mais rapidamente possível", acrescentou.

O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual. Segundo os termos anunciados, produtos agrícolas de grande interesse do Brasil terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas e café solúvel. Os exportadores brasileiros obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros produtos. O acordo também reconhecerá como distintivos do Brasil vários produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés.

As empresas do país serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. A indústria europeia também terá as tarifas eliminadas para vendas ao Mercosul, mas de forma escalonada ao longo dos anos. O acordo garantirá ainda acesso efetivo em diversos segmentos de serviços, como comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros. Em compras públicas, empresas brasileiras obterão acesso ao mercado de licitações da União Europeia, estimado em US$ 1,6 trilhão. Os compromissos assumidos também vão agilizar e reduzir os custos dos trâmites de importação, exportação e trânsito de bens, segundo o governo federal.

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