A Europa vai bem. A Itália, nem tanto
ÀS SETE - A divulgação do PIB da zona do euro nesta quarta-feira deve confirmar um crescimento robusto nos países, mas os números italianos preocupam
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 07h06.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2018 às 07h25.
A divulgação do Produto Interno Bruto da zona do euro nesta quarta-feira deve confirmar os dados preliminares já divulgados, mostrando um crescimento robusto.
A expectativa é de que a economia do bloco tenha crescido 0,6% no último trimestre de 2017, em relação aos três meses anteriores, levando a expansão do ano para 2,7% — o maior crescimento em uma década.
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O PIB alto fortalece o grupo e o sentimento de bem-estar da população dos países, mas não espere ânimo um em específico: a Itália.
O país publica nesta quarta-feira os dados preliminares de seu crescimento em 2017. A expectativa é que o PIB italiano tenha expandido em 1,7% no ano.
Apesar de ser um bom crescimento não deve ser o suficiente para compensar a estagnação que foi vista entre 2010 e 2016 por um conjunto de fatores.
Não está claro o quanto a adesão do país à zona do euro contribuiu para isso, mas a moeda comum privou os italianos de uma ferramenta que freqüentemente usaram para reforçar a economia: a política monetária.
Antes da introdução do euro, a Itália desvalorizou sua moeda repetidas vezes para lidar com a crise financeira. Agora que já não tem essa opção, Roma só pode recorrer à política fiscal que, sob a orientação da União Européia, culminou em cortes de gastos e aumentos de impostos. Essas medidas impopulares levaram à antipatia entre os eleitores italianos com a união europeia.
É neste cenário de insatisfação econômica e política que eleitores italianos irão às urnas no dia 4 de março. Partidos populistas como o Movimento das Cinco Estrelas têm ganhado força e empurrado outros mais tradicionais a se posicionarem com medidas deste viés.
O partido de extrema-direita Liga do Norte propôs controles de imigração mais fortes e um referendo sobre a participação da Itália na zona do euro.
O Força Itália, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, sugeriu a introdução de uma moeda paralela para coexistir com o euro e ignorar as regras da União Europeia que limitam a intervenção do Estado para resgatar bancos problemáticos.
Mesmo o Partido Democrata, que é pró-União Europeia, criticou Bruxelas por se concentrar em medidas de austeridade. Os dados econômicos a serem divulgados hoje devem inflamar ainda mais a discussão.