Economia

15 números que marcaram a economia em 2019

País volta a crescer com a Reforma da Previdência, mas recuperação do emprego avança lentamente e o brasileiro sente a alta dos preços

Brasil: confira os principais destaques da economia brasileira em 2019 (Cris Faga/Getty Images)

Brasil: confira os principais destaques da economia brasileira em 2019 (Cris Faga/Getty Images)

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Beatriz Correia

Publicado em 29 de dezembro de 2019 às 09h37.

Última atualização em 29 de dezembro de 2019 às 10h18.

São Paulo — O ano de 2019 teve na principal pauta do novo governo Bolsonaro um direcionamento econômico. A reforma da Previdência foi o foco do Executivo, além disso houve uma marca histórica na taxa básica de juros, mas também uma lenta recuperação do emprego.

Confira os principais números da economia neste ano:

O primeiro número de destaque a ser citado são os R$ 855 bilhões que a União estima economizar em dez anos com a reforma da Previdência, aprovada no Congresso em novembro. O texto estabeleceu idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres, além de diversas outras mudanças nas normas previdenciárias.

Também vale destacar o número de novos postos de trabalho com carteira assinada criados entre janeiro e novembro, um total de 948.344 vagas. O mercado formal teve oito meses seguidos de saldo positivo, entre admissões e demissões, mas a recuperação do emprego ainda é lenta para dar conta dos cerca de 12 milhões de brasileiros sem trabalho.

Quanto aos juros, a atual taxa básica, a Selic, bateu um recorde chegando aos 4,5% ao ano é a mais baixa desde o início da série histórica quando o país adotou o sistema de metas de inflação. O novo patamar levou o brasileiro a buscar diversificar seus investimentos, mas a redução das taxas ainda não chegou integralmente ao consumidor.

Outro número que mexeu diretamente com o bolso do brasileiro foi o aumento de 17% no preço médio da carne em dezembro, segundo o IPCA-15, prévia da inflação oficial calculada pelo IBGE.

O que encareceu o churrasco foi sobretudo o salto das exportações para a China por causa da peste suína. A doença dizimou um quarto da população de porcos do mundo este ano, obrigando os chineses a comerem mais carne bovina.

Houve ainda o crescimento do cadastro do Bolsa Família em São Paulo entre 2013 e 2019, num efeito da crise prolongada no mercado de trabalho das cidades mais ricas do país. O benefício virou uma espécie de novo seguro-desemprego para quem não consegue se recolocar.

No mundo dos negócios, um número importante para ser destacado é o quanto a Petrobras arrecadou este ano com a venda de negócios, entre eles a rede de gasodutos TAG e com a fatia de 37,5% da BR Distribuidora. A oferta das ações da rede de postos de combustíveis na Bolsa representou, na prática, a privatização da subsidiária e ajudou a reduzir o endividamento da estatal.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que o rombo das contas públicas terminará o ano abaixo da meta fiscal. Ele não conseguiu zerar o déficit em um ano, como havia prometido, mas receitas extraordinárias proporcionaram uma folga em relação à meta de um déficit de R$ 139 bilhões. Em novembro, Guedes disse que o déficit deverá terminar 2019 abaixo de R$ 80 bilhões.

O dólar também foi destaque neste ano de 2019. Com muitos altos e baixos, a moeda norte-americana chegou ao recorde de R$ 4,27 no pregão de 27 de novembro. A guerra comercial entre EUA e China valoriza a moeda americana no mundo, enquanto a queda dos juros por aqui atrai menos dólares para o país. “É bom se acostumar”, avisou o ministro Paulo Guedes.

Outro número importante é o atual risco-país brasileiro medido pelo CDS. O índice é uma espécie de seguro contra calote da dívida pública. A melhora da percepção do mercado financeiro reduziu o indicador à metade em um ano. Em dezembro, ele chegou a cair a 97 pontos, menor patamar desde 2010.

O índice de referência da Bolsa, o Ibovespa, renovou seu recorde na última quinta-feira batendo os 117 mil pontos. No ano, a Bolsa acumula alta de 33%, impulsionada pela queda dos juros e pela aprovação de reformas. As ações atraíram cada vez mais brasileiros: o número de pequenos investidores na B3 quase dobrou no ano, ultrapassando 1,5 milhão.

Argentina, Odebrecht, cessão onerosa

O equivalente a cerca de R$ 5,50 é o que cada argentino paga por um dólar para viajar ao exterior. O novo presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, que derrotou Maurício Macri, trouxe de volta à cena o polêmico imposto de 30% sobre o consumo no exterior.

R$ 51 bilhões é a dívida da Odebrecht com os credores, na maior recuperação judicial já realizada no país. A empreiteira propôs pagar o valor em 50 anos. Alvo da Lava-Jato, o grupo vive um conflito familiar em sua cúpula que opõe o pai Emílio ao filho Marcelo Odebrecht, demitido por justa causa e sem indenização.

R$ 69,9 bilhões foi quanto o governo arrecadou com o megaleilão do excedente da cessão onerosa de petróleo do pré-sal, o maior valor já registrado no Brasil, em novembro. Mesmo assim, a arrecadação frustrou as expectativas de se conseguir mais de R$ 100 bilhões com a venda do direito de exploração de quatro campos. Somente a Petrobras deu lance em dois campos, Búzios e Itapu, os outros dois, Sépia e Atapu, não tiveram lance.

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