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Vacina da covid-19 é maior aposta da Pfizer para impulsionar balanço

A expectativa é produzir até 100 milhões de doses até o final do ano; os testes da fase 2 e 3 têm a participação de voluntários no Brasil

Vacina para o novo coronavírus (covid-19) (Dado Ruvic/Illustration/File Photo/Reuters)

Tamires Vitorio

Publicado em 28 de julho de 2020 às 06h52.

Última atualização em 28 de julho de 2020 às 06h54.

Em meio a uma corrida mundial para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus , a farmacêutica americana Pfizer divulga na manhã desta terça-feira (29) seus resultados financeiros do segundo trimestre.

A companhia tem chamado a atenção no mercado de ações desde que a pesquisa da sua vacina, desenvolvida com o laboratório alemão BioNtech, mostrou resultados preliminares positivos. A sua vacina, que utiliza uma técnica com base no RNA mensageiro, se tornou uma das principais candidatas a inocular o vírus da covid-19. Nos últimos 30 dias, as ações da Pfizer acumulam uma alta de 17% -- apesar de registrarem um saldo negativo em 2020.

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As vacinas com base em RNA mensageiro têm como objetivo produzir as proteínas antivirais no corpo do indivíduo. Com a injeção, o conteúdo é capaz de informar as células do corpo humano sobre como produzir as proteínas capazes de lutar contra o coronavírus.

Ontem, após o fechamento do mercado, a companhia divulgou que os testes da vacina entraram na fase 2/3 da pesquisa, a etapa final para avaliar se o composto é de fato eficiente contra a doença.

A expectativa é testar a vacina em aproximadamente 30.000 voluntários com idades entre 18 e 85 anos no mundo. Desse total, 1.000 serão testados no Brasil, com voluntários na Bahia e em São Paulo. Os demais participantes estarão distribuídos em 39 estados dos Estados Unidos, e também na Argentina e na Alemanha.

Se tudo der certo, a expectativa é que a eficácia da vacina seja comprovada até o outubro. A empresa espera produzir até 100 milhões de doses até o fim do ano. Outras 1,3 bilhão de doses podem ser fabricadas no ano que vem.

Na semana passada, o governo americano se comprometeu a pagar 2 bilhões de dólares pelas doses da vacina da Pfizer, caso sua eficácia seja comprovada.

O eventual sucesso com a vacina tende, claro, a ajudar nos resultados financeiros. No primeiro trimestre de 2020, a Pfizer teve um faturamento de 12 bilhões de dólares, um declínio de 7% em relação ao ano passado. Para o segundo trimestre, as expectativas dos investidores são de um faturamento de 11,94 bilhões de dólares, também abaixo do resultado registrado no ano passado.

O avanço nas pesquisas com a vacina ocorre em meio a uma reestruturação da Pfizer. A farmacêutica planeja separar a sua divisão responsável pela venda de medicamentos que já perderam a patente (chamada de Upjohn) e fazer uma fusão com a fabricante de genéricos Mylan. A mudança fará com que a Pfizer se dedique exclusivamente à pesquisa e à comercialização de drogas novas e patenteadas por ela -- e, portanto, mais lucrativas.

A vacina da Pfizer em parceria com a BioNtech é uma das 166 vacinas potenciais sendo pesquisadas contra o novo coronavírus no mundo. Desse total, 25 vacinas estão em fase de testes clínicos em humanos, segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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