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Ser fofoqueiro é ruim? Para cientistas, a prática pode ter um benefício

Pesquisa sugere que os fofoqueiros, longe de serem apenas agentes de discórdia, possuem certas vantagens

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 20h59.

Embora frequentemente condenada, a fofoca pode desempenhar um papel crucial na coesão social e na evolução humana, como aponta um recente estudo da Universidade de Stanford e da Universidade de Maryland, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences.

A pesquisa sugere que os fofoqueiros, longe de serem apenas agentes de discórdia, possuem vantagens evolutivas que moldaram a maneira como nos relacionamos ao longo do tempo.

A evolução do fofoqueiro: de vilão a mediador social

Os pesquisadores, liderados por Michele Gelfand e Dana Nau, utilizaram modelos baseados na teoria dos jogos para entender como a fofoca influencia as dinâmicas sociais. Durante simulações realizadas com agentes virtuais, cerca de 90% deles adotaram o comportamento de fofocar.

Essa predominância demonstra que, ao contrário do senso comum, a fofoca tem funções adaptativas essenciais.

A fofoca ajuda indivíduos a avaliar a confiabilidade de parceiros sociais potenciais. Em ambientes onde informações pessoais são compartilhadas, as pessoas tendem a ser mais cooperativas, protegendo suas reputações para evitar serem alvo de boatos. Essa dinâmica reforça a coesão social e incentiva o comportamento pró-social.

No entanto, isso só acontece se as informações forem verdadeiras. Espalhar boatos, segundo o estudo, pode ser nocivo.

A prática promove o compartilhamento de normas sociais e reforça comportamentos desejáveis dentro de grupos. No entanto, os especialistas alertam que o uso excessivo ou malicioso pode ter o efeito contrário, levando à desconfiança e à fragmentação de relações.

Para a sociedade, o desafio é entender que comportamentos como a fofoca não são completamente negativos ou positivos. Eles desempenham papéis complexos que refletem a evolução das interações humanas. Reconhecer isso pode abrir espaço para novas formas de interpretar ações tradicionalmente condenadas.

Os efeitos neurológicos e emocionais da fofoca

Do ponto de vista neurológico, a fofoca não é apenas uma questão de palavras ditas ao acaso.

Estudos indicam que o ato libera substâncias químicas no cérebro, como oxitocina e dopamina, que promovem sensações de bem-estar. Além disso, quem fofoca tem uma maior capacidade de compreender dinâmicas sociais e influenciar comportamentos alheios.

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