Quem é a astronauta da Nasa que pode ser a 1ª mulher a ir à Lua e a Marte
Aos 34 anos, a americana Jessica Watkins, astronauta da Nasa, pode ser uma das primeiras mulheres a pisar na Lua
AFP
Publicado em 14 de agosto de 2022 às 12h35.
Última atualização em 14 de agosto de 2022 às 12h35.
Se pudesse decidir, o que preferiria? Ir para a Lua ou Marte? Essa questão, meramente teórica para a maioria das pessoas, ganha outro significado para Jessica Watkins, astronauta da Nasa .
"O que vier primeiro!", responde ela à AFP com uma risada, durante uma entrevista exclusiva em gravidade zero da Estação Espacial Internacional (ISS).
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Aos 34 anos, a americana tem toda uma carreira pela frente e pode ser uma das primeiras mulheres a pisar na Lua nos próximos anos.
As missões a Marte parecem mais distantes, mas como os astronautas costumam trabalhar até os 50 anos, Watkins ainda pode ter uma chance.
Diante dessa escolha hipotética, ela se recusa a decidir e garante que ficaria "absolutamente encantada" quer seu destino "seja a Lua ou Marte".
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Enquanto isso, seu primeiro voo espacial fez história: ela foi a primeira mulher negra a realizar uma missão de longa duração na ISS, onde já passou mais de três meses e continuará por mais três.
As missões Apollo só levaram homens brancos à Lua.
A Nasa busca mudar essa imagem aos poucos com o desembarque não só da primeira mulher, mas também da primeira pessoa negra.
"Será um passo importante para a agência, para o país e até para o mundo", disse Watkins.
"A representação é importante. É difícil se tornar o que você não vê".
"Sou muito grata àqueles que vieram antes de mim, as mulheres e os astronautas negros que abriram o caminho para que eu estivesse aqui hoje", acrescentou. "Foi importante para mim".
Alma de geóloga
Watkins nasceu em Gaithersburg, subúrbio de Washington, cresceu no Colorado e estudou geologia na Califórnia.
Como parte de uma bolsa de pós-doutorado, trabalhou para a Nasa na missão do rover Curiosity, que acaba de completar 10 anos em Marte.
Assim o planeta entrou em seu coração. A americana publicou um estudo científico sobre Marte enquanto estava em órbita, na ISS.
"Geóloga, cientista, astronauta": é a ordem em que se descreve.
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Ela lembra o momento em que despertou sua paixão pela geologia planetária, ciência que estuda a composição e formação das estrelas.
Tratava-se de uma de suas primeiras aulas de geologia, sobre acreção planetária, ou seja, quando corpos sólidos se fundem para formar corpos maiores e, finalmente, planetas.
Ali, "percebi que era o que eu queria fazer para o resto da minha vida e o que eu queria estudar".
Por isso considera "formidável" o fato de "fazer parte de um esforço que realmente busca trabalhar em outro corpo planetário".
Sucessor do Apollo, o programa Artemis busca estabelecer progressivamente uma presença humana duradoura na Lua, que poderia ser usada como base para viagens a Marte.
Uma primeira missão não tripulada deve decolar no final do mês em direção à Lua.
Jessica Watkins faz parte dos 18 astronautas designados para Artemis.
Oficialmente, todos os astronautas "ativos" (atualmente são 42) têm a mesma chance de serem selecionados para viajar à Lua.
"Superar os limites"
Embora a Nasa possa favorecer um astronauta mais experiente para a primeira missão tripulada, o perfil científico de Watkins deve trabalhar a seu favor no futuro.
Para os astronautas, ter bom caráter e espírito de equipe também é crucial, já que os membros da tripulação passam muito tempo confinados em espaços minúsculos.
Watkins diz que sua família garante que ela é "fácil de lidar" e aprendeu o valor do trabalho em equipe jogando rugby.
O que define o trabalho de um astronauta para ela? "Cada um de nós tem esse senso de exploração e desejo de continuar ultrapassando os limites do que os humanos são capazes. Acho que é algo que nos une", responde.
Desde muito jovem sonhava em viajar para o espaço e sempre mantinha essa esperança na cabeça, sem pensar que poderia "realmente acontecer" um dia.
"Não tenha medo de sonhar grande", estimula. "Você nunca sabe quando seus sonhos se tornarão realidade."
(Por Lucie AUBOURG e Antoine BOYER, da AFP)