Serpentes do Brasil: veja as mais venenosas do país (Renato Augusto Martins/Wikimedia Commons)
Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 16h40.
As cobras são animais fascinantes e, ao mesmo tempo, temidos. No Brasil, onde há uma grande diversidade de espécies, algumas se destacam pela peçonha: o veneno que injetam em suas presas. Essas serpentes, classificadas como peçonhentas, possuem estruturas especializadas para injetar toxinas nas vítimas.
O veneno varia de serpente para serpente, e os sintomas causados por ele, em seres humanos, vão desde vermelhidão, coceira e dor até a morte. No Brasil, entre todas as espécies de cobras venenosas, quatro delas são de risco médico — ou seja, podem de fato causar a morte de pessoas: jararacas, surucucus, cascavéis e corais-verdadeiras, que habitam diferentes regiões do país.
Em caso de picada, a recomendação é buscar ajuda médica imediatamente. É importante observar características da cobra, como cor e padrão, para ajudar na identificação. Se possível, evite matar o animal: o ideal é colocá-lo em uma caixa e/ou recipiente grande, com furos, e chamar a defesa civil, Ibama ou guarda-florestal.
O tratamento envolve a aplicação de soros antiofídicos específicos, que neutralizam os efeitos do veneno — por isso é tão importante ter o animal vivo: a produção e aplicação do soro é feita com o própio veneno do animal. O Instituto Butantan, em São Paulo, é um dos principais responsáveis pela produção desses soros, fundamentais para a saúde pública.
As jararacas, do gênero Bothrops, são as principais causadoras de acidentes com cobras no Brasil. Encontradas em florestas, campos e áreas urbanas, principalmente no Sudeste e Sul, essas cobras têm coloração que varia entre verde-oliva e marrom, com manchas em zigue-zague. Seu veneno é altamente perigoso, provocando necrose, hemorragias e inchaço nos locais de picada.
Conhecida como pico-de-jaca, a surucucu (Lachesis muta) pode ultrapassar três metros de comprimento, sendo a maior serpente venenosa das Américas. Encontrada em florestas tropicais da Amazônia e Mata Atlântica, possui veneno neurotóxico e hemorrágico. Os acidentes com surucucus são menos frequentes devido ao hábito de viver em áreas remotas, mas podem ser graves, especialmente em locais de difícil acesso a tratamento.
As cascavéis, do gênero Crotalus, são facilmente reconhecidas pelo chocalho na cauda. Vivem em áreas secas como o Cerrado e a Caatinga, mas também em campos e florestas. Embora seu veneno não seja o mais potente, é extremamente perigoso por causar paralisia muscular e insuficiência respiratória.
Apesar de seu comportamento mais recluso, as corais-verdadeiras (Micrurus) possuem o veneno mais potente entre as cobras brasileiras. Vivem em florestas e áreas de transição como o Cerrado e são facilmente confundidas com corais-falsas, que não oferecem perigo. Seus anéis vermelhos, pretos e amarelos são uma de suas principais características.
Com as informações certas, é possível conhecer e respeitar essas serpentes, além de adotar medidas preventivas para evitar acidentes em ambientes onde elas vivem.