Ciência

Primeiros testes de satélite francês confirmam teoria de Einstein

Enviado a 710 km da Terra, o Microscope está encarregado de testar no vácuo e no espaço a universalidade da queda livre

Einstein: os primeiros resultados "demonstram com uma precisão sem igual" que todos os corpos caem no vácuo com a mesma aceleração (Albert Einstein/Reprodução)

Einstein: os primeiros resultados "demonstram com uma precisão sem igual" que todos os corpos caem no vácuo com a mesma aceleração (Albert Einstein/Reprodução)

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AFP

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 17h41.

Última atualização em 4 de dezembro de 2017 às 18h04.

O satélite francês Microscope confirmou a teoria da relatividade geral de Albert Einstein "com uma precisão sem igual", revelaram nesta segunda-feira (4) os primeiros resultados desta missão que busca uma eventual falha neste pilar científico.

Por enquanto, o microssatélite, lançado em abril de 2016, não conseguiu por em dúvida a teoria do físico alemão, elaborada há um século.

Enviado a 710 km da Terra, o Microscope, da agência espacial francesa CNES, está encarregado de testar no vácuo e no espaço a universalidade da queda livre, com o objetivo de obter uma precisão 100 vezes maior da alcançada no nosso planeta.

Os primeiros resultados "demonstram com uma precisão sem igual", até o 14º decimal, que todos os corpos caem no vácuo com a mesma aceleração, publicaram os cientistas na revista Physical Review Letters.

Einstein fez do "princípio de equivalência" entre gravitação e aceleração o pilar de sua teoria da relatividade geral. Ele descreveu a gravidade como uma curva espaço-tempo deformada pela matéria.

O objetivo da missão Microscope até o final de 2018 é chegar a uma precisão do 15º decimal.

"Em termos de precisão, multiplicamos por 10 a qualidade dos melhores experimentos na Terra", declarou à AFP Pierre-Yves Guidotti, encarregado do projeto.

O microssatélite leva um instrumento com duas massas cilíndricas de composição diferente, uma de platina, outra de titânio. Ambas realizaram até agora o equivalente a uma queda livre de 85 milhões de quilômetros, ou seja, a metade da distância entre a Terra e o sol.

"Se o princípio de equivalência for verdadeiro, os dois corpos não devem se mover um com relação ao outro, visto que caem com a mesma aceleração", explicou à AFP o físico Thibault Damour, um dos autores do artigo.

Ao contrário, se "se moveram" um com relação ao outro, isto implicaria uma violação do princípio da equivalência.

"Mas não vimos nada disso", disse Damour.

"É uma boa notícia no sentido de que a teoria de Einstein ainda é mais verdadeira do que acreditávamos", afirmou. "Embora tivesse sido mais excitante encontrar algo novo", admitiu.

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