
Coronavírus: nova pesquisa usa tecnologia para buscar medicamentos que possam servir para tratar a infecção pelo vírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)
Pesquisadores identificaram centenas de medicamentos que têm potencial para tratar a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O estudo foi feito na Universidade da California, Riverside, e contou com o auxílio da tecnologia conhecida como aprendizagem de máquina, que consiste no uso de um algoritmo que imita o processo de aprendizagem humana, mas com a eficiência de uma máquina.
O estudo buscou dar novo propósito a drogas, como o Remdesivir, para combater a infecção pelo vírus. Os pesquisadores programaram o software com base em 65 proteínas humanas conhecidas por interagir com o novo coronavírus. Foram analisadas 10 milhões de moléculas já comercialmente aprovadas para uso que poderiam combater a infecção viral. A partir dessa amostra, os pesquisadores chegaram a um conjunto de possíveis tratamentos medicamentosos contra a covid-19.
“Os 65 alvos proteicos são bastante diversos e estão implicados em muitas outras doenças também, incluindo câncer”, disse Joel Kowalewski, estudante que atuou no estudo conduzido por Anandasankar Ray, professor de biologia de sistemas, molecular e celular.“Além dos esforços de reaproveitamento de medicamentos em andamento contra esses alvos, também estávamos interessados em identificar novos produtos químicos que atualmente não estão bem estudados”.
A pesquisa apontou centenas de possibilidades e, agora, os pesquisadores buscam financiamento para continuar o estudo com o auxílio da tecnologia.
Vacina e tratamentos
O novo coronavírus ainda é causadora de uma infecção sem cura ou prevenção. Por conta disso, diversos países continuam adotando medidas de distanciamento social e buscando formas criativas para uma volta gradual da normalidade, como shows em formato drive-in ou em cercadinhos.
O Organização Mundial da Saúde lista mais de 160 projetos de vacinas, menos de dez na fase 3, a mais avançada de testes. Faltam, também, medicamentos específicos para tratar a covid-19, tratada em hospitais como síndrome respiratória aguda grave.
A vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, feita em parceria com a farmacêutica anglosueca AstraZeneca é a que tem projeção de conclusão mais otimista, estimada para setembro. A Rùssia também anunciou ter criado uma vacina, sobre a qual não revelou muitos detalhes. Com o tempo médio de desenvolvimento de vacinas de 10 anos, mesmo estimativas para 2021 podem ser otimistas. A própria OMS já alertou que, com ou sem vacina, a covid-19 pode nunca desaparecer, assim como outras doenças infecciosas.