Chadwick Boseman: ator morreu na sexta aos 43 anos por causa da doença (Gareth Cattermole / Equipe/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 31 de agosto de 2020 às 16h59.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 17h07.
O autor Chadwick Boseman, que deu vida ao super-herói "Pantera Negra", da Marvel, faleceu na sexta-feira, 28, aos 43 anos de idade, vítima de um câncer de cólon. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 40.990 novos casos da doença são confirmados por ano no Brasil. Mas o que é, exatamente, o câncer que matou o "super-herói"?
— Chadwick Boseman (@chadwickboseman) August 29, 2020
Embora mais comum em pessoas acima de 50 anos, o câncer de cólon também afeta os mais jovens, por motivos ainda não identificados pela ciência. Entre os fatores de risco da doença estão excesso de peso corporal, alimentação não saudável, o consumo de carnes processadas (como salsichas, mortadela, linguiça, presunto, bacon, entre outros) e a ingestão excessiva de carne vermelha. O histórico familiar de outros tipos de câncer, o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas também podem aumentar os riscos de um indivíduo possuir a doença.
Outras doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e a doença de Chron, também aumentam o risco do câncer de cólon. Segundo o Inca, doenças hereditárias, como polipose adenomatosa também influenciam no diagnóstico.
Nos Estados Unidos a incidência do câncer de cólon abaixou nos últimos anos, mas, apesar disso, é a segunda maior causa de mortes por câncer no país tanto em homens quanto em mulheres — com um crescimento anual de 2% em pessoas abaixo de 50 anos, como era o caso de Boseman, segundo um estudo feito pela Sociedade de Câncer Americana.
O Inca afirma que a doença tem mais incidência em homens do que em mulheres. Já a associação americana aponta que esse de câncer é mais comum em negros.
O câncer do cólon abrange tumores que se iniciam na parte do intestino grosso e no ânus, também é conhecido como câncer de intestino, reto ou colorretal. Segundo o Inca, é tratável na maioria dos casos e curável quando detectado precocemente e ainda não se espalhou para outros órgãos.
Existem duas formas para detectar o câncer. Ou por meio da investigação de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos de indivíduos com sinais e sintomas da doença ou com o uso de exames em assintomáticos, mas que pertencem a grupos de risco. Para encontrar o câncer de forma precoce são necessários dois exames principais: endoscopias e pesquisa de sangue nas fezes.
Entre os principais sugestivos do câncer estão: sangramento nas fezes, tumoração e dor abdominal, perda de peso e anemia, e mudança de hábito intestinal.
Boseman teve seu diagnóstico em 2016 e a doença não se tornou pública até o momento de sua morte. Desde então, o ator estreou filmes como Pantera Negra, Crime sem Saída, Capitão América: Guerra Civil, Vingadores: Guerra Infinita, Vingadores: Ultimato, Marshall, entre outros. O último foi Destacamento Blood, do premiado diretor Spike Lee.
A importância do ator, em especial na vida dos fãs de super-heróis, não foi pouca. Boseman deu vida ao primeiro super-herói negro com destaque da Marvel e, ao lado dos fãs, carregará para sempre o senso de missão cumprida de ter dado visibilidade e representatividade a um público marginalizado pelas histórias em geral, não só os quadrinhos.
“Um verdadeiro lutador, Chadwick perseverou por tudo, e trouxe a vocês muitos dos filmes que tanto amam. De Marshall: Igualdade e Justiça a Destacamento Blood, Ma Rainey’s Black Bottom de August Wilson e muitos mais, todos foram gravados durante e entre incontáveis cirurgias e quimioterapia. Foi a honra de sua carreira trazer à vida o rei T’Challa em Pantera Negra”, disse a nota divulgada em seu perfil no Twitter após sua morte.