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Novo aplicativo de celular identifica traços de TDAH e Alzheimer

Tecnologia que usa a câmera de smartphone poderá facilitar a triagem de doenças e distúrbios neurológicos

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Celular: artifícios como app próprio e vendas por WhatsApp vêm sendo procurados por empresas para contato direto com clientes (iStock/Getty Images)

Celular: artifícios como app próprio e vendas por WhatsApp vêm sendo procurados por empresas para contato direto com clientes (iStock/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 3 de maio de 2022 às, 18h07.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UC San Diego), nos EUA, desenvolveram um aplicativo de smartphone que pode rastrear o Alzheimer, o TDAH e outras doenças e distúrbios neurológicos a partir da análise dos olhos.

O aplicativo usa uma câmera de infravermelho frontal, que é incorporada em smartphones mais recentes para reconhecimento facial, juntamente com a câmera selfie para rastrear como a pupila de uma pessoa muda de tamanho. Pesquisas recentes mostraram que o tamanho da pupila pode fornecer informações sobre as funções neurológicas de uma pessoa. Por exemplo, o tamanho da pupila aumenta quando uma pessoa realiza uma tarefa cognitiva difícil ou ouve um som inesperado.

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O desenvolvimento do aplicativo e seu funcionamento estão descritos em um artigo que foi apresentado na segunda-feira na ACM Computer Human Interaction Conference on Human Factors in Computing Systems (CHI 2022). O trabalho foi premiado com uma menção honrosa de melhor artigo.

Colin Barry, pesquisador da UC San Diego e primeiro autor do estudo, admite que ainda há muito trabalho pela frente para que o aplicativo seja colocado em uso no dia a dia, mas afirmou estar "animado" com o potencial da tecnologia, que poderá ser usada para fazer a triagem neurológica fora de laboratórios.

“Esperamos que isso abra as portas para novas explorações do uso de smartphones para detectar e monitorar possíveis problemas de saúde mais cedo”, disse Barry ao portal de notícias da Universidade da Califórnia.

A medição de mudança de diâmetro da pupila — o chamado teste de resposta da pupila — é um exame que pode, de maneira simples e fácil, diagnosticar e monitorar várias doenças e distúrbios neurológicos. No entanto, atualmente requer equipamentos especializados e caros, tornando inviável a realização fora do laboratório ou clínica. O aplicativo foi desenvolvido para ser uma solução mais econômica e viável.

Segundo Eric Granholm, professor de psiquiatria da Escola de Medicina da UC San Diego e diretor do Centro de Tecnologia de Saúde Mental da UC San Diego (MHTech Center), o aplicativo poderá ser usado em larga escala em exames comunitários, o que irá facilitar o desenvolvimento de testes de resposta da pupila como exames minimamente invasivos e baratos para auxiliar na detecção e compreensão de doenças como a doença de Alzheimer. "Isso pode ter um enorme impacto na saúde pública", disse o professor.

Como funciona o aplicativo

O aplicativo desenvolvido pela equipe da UC San Diego usa a câmera de infravermelho frontal de um smartphone para detectar a pupila de uma pessoa. No espectro do infravermelho, a pupila pode ser facilmente diferenciada da íris, mesmo em olhos de coloração mais escuras. Isso permite que o aplicativo calcule o tamanho da pupila com precisão submilimétrica em várias cores de olhos. O aplicativo também usa uma foto colorida tirada pela câmera selfie do smartphone para capturar a distância entre o smartphone e o usuário. O aplicativo, então, usa essa distância para converter o tamanho da pupila da imagem do infravermelho em unidades milimétricas para medir o tamanho de forma precisa.

As medidas do aplicativo foram comparáveis ​​às obtidas por um dispositivo chamado pupilômetro, que é o padrão-ouro para medir o tamanho da pupila. Os pesquisadores também incluíram vários recursos em seu aplicativo para torná-lo mais fácil de usar para adultos mais velhos.

“Para nós, um dos fatores mais importantes no desenvolvimento de tecnologia é garantir que essas soluções sejam úteis para qualquer pessoa. Isso inclui indivíduos como adultos mais velhos que podem não estar acostumados a usar smartphones”, disse Barry.

Os pesquisadores trabalharam com participantes adultos mais velhos para projetar uma interface de aplicativo simples que permite aos usuários autoadministrar os testes. Essa interface incluía comandos de voz, instruções baseadas em imagens e uma luneta plástica barata para direcionar o usuário a colocar o olho dentro da visão da câmera do smartphone.

Os pesquisadores continuam este trabalho em um projeto para permitir que o aplicativo funcione também em qualquer smartphone, em vez de apenas nos modelos mais novos. Estudos futuros também envolverão o trabalho com idosos para avaliar o uso doméstico da tecnologia. A equipe trabalhará com indivíduos mais velhos com comprometimento cognitivo leve para testar o aplicativo como uma ferramenta de triagem de risco para a doença de Alzheimer em estágio inicial.

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