Novo anticoncepcional masculino é bem-sucedido em teste em humanos
Remédio apresentou resultados satisfatórios e não teve efeitos colaterais significativos
Lucas Agrela
Publicado em 27 de março de 2019 às 15h42.
Última atualização em 27 de março de 2019 às 15h49.
São Paulo – A pílula anticoncepcional para homens está em desenvolvimento e venceu mais uma etapa: agora, uma nova versão foi aprovada na primeira fase de um teste em humanos, que avaliou sua tolerância e segurança no organismo.
O remédio, chamado 11-beta-MNTDC, casou mudanças hormonais que levariam à diminuição da produção de esperma em 30 homens saudáveis que o tomaram durante 28 dias. Não foram constatados severos efeitos colaterais, apenas dores de cabeça, fadiga e acne. Mesmo a libido dos pacientes foi mantida, na maioria dos casos.
Segundo, a pesquisadora sênior, Stephanie Page, MD, Ph.D., professora de medicina na Universidade de Washington School of Medicine, o medicamento imita a testosterona, mas não tem a concentrado necessária para a produção de espermatozóides.
Ainda faltam, porém, testes do remédio com casais sexualmente ativos, o que comprovaria a eficácia do medicamento.
O medicamento é visto como um irmão do DMAU, outro contraceptivo masculino de via oral em fase de testes, analisado pela mesma equipe de especialistas. O objetivo de trabalhar com duas possibilidades de remédios para o mesmo fim é trazer avanços para esse campo da Ciência.
A previsão de o anticoncepcional masculino efetivamente existir, como hoje é o feminino, é para daqui a dez anos, em 2029.
"Nossos resultados sugerem que essa pílula, que combina duas atividades hormonais em uma, diminuirá a produção de esperma ao mesmo tempo em que preserva a libido", afirmou, em nota, Christina Wang, pesquisador no centro de Pesquisa Biomédica de Los Angeles e no Centro Médico de UCLA Harbor. "Uma contracepção hormonal masculina reversível e deverá estar disponível em cerca de dez anos."
A busca por uma alternativa ao anticoncepcional feminino não é infundada. Evidências científicas indicam que esse método pode provocar ganho de peso, maior risco de depressão, mudanças repentinas de humor e redução da libido da mulher.