Ciência

Mitos e verdades sobre o sono comprovados pela ciência

Experts trazem respostas para algumas das perguntas e mitos mais comuns sobre sono

Sono: dormir durante o dia não 'compensa' o sono noturno (TatyanaGl/Getty Images)

Sono: dormir durante o dia não 'compensa' o sono noturno (TatyanaGl/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 11h55.

Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 12h01.

O sono (deveria) ocupar horas diárias da rotina de uma pessoa. Quando se dorme mal, sintomas como dores, mau-humor e indisposição são comuns. Para evitá-los, muitas pessoas acabam acreditando em mitos sobre a saúde do sono.

Um estudo identificou vinte crenças populares sobre o sono que, após análise científica, são falsas. Conduzida por pesquisadores de diversas instituições norte-americanas, incluindo Harvard, NYU e Stanford, a pesquisa foi publicada na National Library of Medicine.

A conclusão que os pesquisadores chegaram foi de que a desinformação sobre o sono contribui para hábitos nocivos e reforça a importância da educação em saúde pública. Dormir bem não é apenas uma questão de tempo na cama, mas de qualidade, regularidade e comportamento adequado antes de deitar.

O estudo, liderado por Rebecca Robbins, avaliou cada mito com base em evidências e no impacto sobre a saúde pública.

Confira a seguir os dez principais mitos populares e as explicações dadas pelos especialistas:

Mitos sobre a duração do sono

Mito: ser capaz de dormir “a qualquer hora e em qualquer lugar” é sinal de sono saudável.

Verdade: essa condição geralmente indica privação crônica de sono ou distúrbios como apneia obstrutiva do sono. A sonolência excessiva durante o dia é um dos principais sintomas de deficiência de sono e pode aumentar o risco de acidentes.

Mito: muitos adultos precisam de apenas cinco horas de sono para se manter saudáveis.

Verdade: a maioria dos adultos necessita de pelo menos sete horas de sono. Dormir menos está associado a maior risco de doenças cardiovasculares, metabólicas e mentais. Apenas uma minoria possui predisposição genética para funcionar bem com menos sono.

Mito: o cérebro e o corpo podem aprender a funcionar bem com menos sono.

Verdade: estudos mostram que, mesmo após semanas de restrição, o desempenho cognitivo continua a cair. A privação de sono está ligada a prejuízos de atenção e maior mortalidade entre trabalhadores noturnos.

Mito: adultos dormem mais à medida que envelhecem.

Verdade: a duração do sono tende a diminuir com a idade, em parte devido a condições médicas associadas. Não há evidências de que adultos mais velhos precisem de menos sono, apenas de que conseguem dormir menos.

Mito: uma noite sem dormir causa consequências permanentes.

Verdade: a privação aguda de sono tem efeitos imediatos, como lapsos de atenção e aumento da pressão arterial, mas a recuperação ocorre após noites de sono adequadas.

Mitos sobre comportamentos no sono

Mito: o horário do sono não interfere na saúde.

Verdade: dormir de dia e trabalhar à noite afeta o ritmo circadiano e está relacionado a maior risco de depressão, diabetes e câncer de mama.

Mito: deitar com os olhos fechados é quase tão bom quanto dormir.

Verdade: durante o sono, o corpo e o cérebro passam por mudanças fisiológicas profundas, como queda da temperatura corporal e atividade cerebral específica. Estar acordado, mesmo em repouso, não produz os mesmos efeitos.

Mito: quanto mais sono, melhor.

Verdade: dormir demais pode estar associado a doenças crônicas e não há consenso de que o sono prolongado seja benéfico. Em casos de insônia, tentar permanecer mais tempo na cama pode piorar o quadro.

Mito: roncar alto é inofensivo.

Verdade: o ronco pode indicar obstrução das vias aéreas e estar relacionado à apneia do sono, condição associada a doenças cardiovasculares e risco de acidentes.

Mito: beber álcool antes de dormir melhora o descanso.

Verdade: o álcool reduz o tempo para adormecer, mas fragmenta o sono e piora os sintomas de apneia.

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