Ciência

Menino encontra fóssil de 8 milhões de anos no Acre

Garoto de 11 anos encontra fragmento ósseo de jacaré pré-histórico

Acre: menino descobre fóssil pré-histórico (Jornal do Acre/Reprodução)

Acre: menino descobre fóssil pré-histórico (Jornal do Acre/Reprodução)

ME

Maria Eduarda Cury

Publicado em 18 de julho de 2019 às 16h27.

São Paulo - Enquanto passeava com o pai pelas margens do rio Acre, Robson Cavalcante, de 11 anos, percebeu que havia pisado em algo diferente. Quando chamou o seu pai para escavar, os dois descobriram um fragmento do crânio de um jacaré Purussauro, que vivia nos rios e pântanos da floresta amazônica.

O pedaço ósseo do réptil pré-histórico foi encontrado por pai e filho na última quarta-feira (11) no município de Brasileia, interior do Acre. O garoto disse que pensou que fosse um dinossauro. José Miltão, pai de Robson, disse que os dois são bastante interessados pelo assunto. "Eu sempre gostei e meu filho acabou também se interessando por esse assunto. Tanto que quando encontramos ele disse ‘olha pai, nós achamos nosso dinossauro’. Ficamos muito felizes porque realizamos um sonho mesmo”, disse ao G1.

Com a notícia tendo se espalhado rapidamente pela cidade, o paleontólogo Jonas Filho da Universidade Federal do Acre (Ufac) está realizando a remoção do fragmento ósseo do Purussauro, que identificou ser a mandíbula do animal, desde quarta-feira (16).

O trabalho de revelar o fóssil foi feito por Miltão, que utilizou enxada e picareta - o pai do garoto já explorava locais próximos na esperança de encontrar algo parecido. Essa foi a primeira vez que tiveram sucesso.

O pesquisador informou que o jacaré tinha mais de 12 metros de comprimento, um dos maiores da história da Amazônia. Jonas revelou que encontrar uma mandíbula completa, como é o caso, é algo raro. "É uma mandíbula completa, no caso, pode até se considerar um material inédito, porque às vezes você encontra, mas separada", disse.

O paleontólogo parabenizou a dupla por ter conseguido escavar sem causar danos significativos ao fóssil. Ainda constatou que, por ter avistado o fragmento, Robson possui olhar clínico e deve receber nota máxima em ciências. "Pode não ser um dinossauro, mas ele estava certo em sua percepção inicial. A professora deve dar dez para esse menino em ciência, ele merece”, disse Filho.

Acompanhe tudo sobre:AcreAnimais

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora