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Mamíferos se tornaram diurnos após extinção de dinossauros

O trabalho confirma uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirmava que o antepassado comum de todos os mamíferos era um animal noturno

Dinossauros: "Nos surpreendeu muito descobrir essa correlação entre o desaparecimento dos dinossauros e o começo da atividade diurna dos mamíferos" (foto/Getty Images)
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EFE

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 21h07.

Londres - Os mamíferos se tornaram animais diurnos pouco depois do desaparecimento dos dinossauros há 66 milhões de anos, revelou um estudo divulgado nesta segunda-feira pela revista "Nature".

A pesquisa, conduzida pelo University College London (UCL), no Reino Unido, e pelo Museu de História Natural Steinhardt, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, estabelece o momento em que os mamíferos adotaram hábitos diurnos e detalha quais espécies primeiro mudaram de comportamento.

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O trabalho confirma uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirmava que o antepassado comum de todos os mamíferos era um animal noturno.

Os especialistas da UCL e da Universidade de Tel Aviv analisaram dados de 2.415 espécies de mamíferos atuais usando algoritmos para reconstruir prováveis padrões de atividade de seus antepassados.

Além disso, eles compararam duas árvores genealógicas diferentes de mamíferos que apresentam linhas temporais alternativas para a evolução,

Os resultados indicaram que os mamíferos se tornaram diurnos pouco depois da extinção dos dinossauros, mas os pesquisadores explicam que a mudança não ocorreu da noite para o dia.

Houve uma fase intermediária de vários milhões de anos de duração, na qual os mamíferos combinaram atividades noturnas e diurnas, coincidindo com a sequência de eventos que provocou a extinção dos dinossauros.

"Nos surpreendeu muito descobrir essa correlação entre o desaparecimento dos dinossauros e o começo da atividade diurna dos mamíferos, mas obtivemos os mesmos resultados usando várias análises alternativas", destacou em comunicado o principal autor do estudo, Roi Maor, da Universidade de Tel Aviv e da UCL.

A equipe de Maor constatou, além disso, que os antepassados dos símios primatas - gorilas, gibões e saguis - estão entre os primeiros mamíferos que abandonaram totalmente a vida noturna.

As duas linhas do tempo evolutivas, no entanto, apresentavam diferenças, o que sugere que essa mudança pode ter ocorrido em um período entre 52 milhões e 33 milhões de anos atrás.

Um fato que apoia a afirmação é que esses primatas são os únicos mamíferos que apresentam adaptações evolutivas para melhorar sua visão durante o dia. Sua acuidade visual e a capacidade para perceber cores, lembram os especialistas, são comparáveis às de répteis e aves diurnas, dois dos grupos de animais que sempre viveram de dia.

"É muito difícil relacionar as mudanças de comportamento de mamíferos que viveram há tanto tempo com aquelas condições ecológicas, por isso não podemos dizer que a extinção dos dinossauros provocou esse começo da atividade diurna. Porém, vemos uma clara relação nas descobertas", explicou Kate Jones, da UCL.

Tamar Dayan, da Universidade de Tel Aviv, destacou a importância de analisar grandes quantidades de informação sobre o comportamento dos mamíferos antepassados e atuais, já que os registros fósseis de animais que viveram há milhões de anos são muito limitados.

"É preciso observar um mamífero atual para ver se ele é ativo durante o dia ou a noite. Os fósseis dos mamíferos normalmente sugerem que eles eram noturnos, inclusive se não fossem assim. Muitas das ações subsequentes de nos permitiram viver com a luz do dia estão em nossos tecidos", ressaltou Dayan.

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