Ciência

Lua está encolhendo devido a tremores, diz estudo

A Lua ficou mais "magra" em quase 50 metros nas últimas centenas de milhões de anos, segundo estudo publicado na Nature Geoscience

Lua: análise examinou os tremores lunares superficiais registrados pelas missões Apolo (Jackal Pan/Getty Images)

Lua: análise examinou os tremores lunares superficiais registrados pelas missões Apolo (Jackal Pan/Getty Images)

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AFP

Publicado em 14 de maio de 2019 às 06h00.

Última atualização em 14 de maio de 2019 às 06h01.

A Lua está encolhendo paulatinamente, gerando elevações e tremores, segundo uma análise de imagens capturadas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) publicada nesta segunda-feira (13).

Um estudo de mais de 12 mil imagens revelou que a cratera lunar Mare Frigoris, perto do pólo norte da Lua - uma das vastas crateras consideradas locais mortos do ponto de vista geológico - está ganhando pequenas elevações.

Ao contrário do nosso planeta, a Lua não tem placas tectônicas. Já sua atividade sísmica ocorre a medida que perde calor lentamente desde que se formou, há 4,5 bilhões de anos. Isto faz com que sua superfície fique "enrugada", como uma uva que vira uma passa.

Já que o córtex lunar é frágil, estas forças geram rupturas na superfície a medida que o interior se contrai, dando lugar a essas elevações, através da sobreposição de camadas do solo.

Por conta disso, a Lua ficou mais "magra" cerca de 50 metros nas últimas centenas de milhões de anos.

Os astronautas da missão Apolo começaram a medir a atividade sísmica na Lua nas décadas de 1960 e 1970, descobrindo que a grande maioria dos movimentos ocorreram no interior do satélite, enquanto um número menor estava na superfície.

A análise foi publicada na Nature Geoscience e examinou os tremores lunares superficiais registrados pelas missões Apolo, estabelecendo vínculos entre eles e elevações na superfície muito recentes.

"É bastante provável que as falhas ainda estejam ativas hoje", disse Nicholas Schmerr, professor assistente de geologia na Universidade de Maryland, que é co-autor do estudo.

"Com frequência não se veem tectônicas ativas em nenhum outro lugar que não seja a Terra, por isso que é muito emocionante pensar que estas falhas ainda possam produzir terremotos na Lua".

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