Jogos com torcedores só após vacina para coronavírus, diz pesquisa
Estudo da UFPR diz que volta do esporte profissional precisa de uma série de cuidados, como diagnosticar atletas e realizar eventos em áreas menos afetados
Agência Brasil
Publicado em 13 de maio de 2020 às 16h00.
Última atualização em 13 de maio de 2020 às 16h03.
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná, a presença do público em eventos esportivos no Brasil só poderá voltar após a criação de uma vacina para o novo coronavírus . O trabalho também defende as orientações das autoridades sanitárias. A pesquisa de título “Inteligência Esportiva” é uma ação conjunta entre o Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da UFPR e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) do Ministério do Esporte.
A notícia sobre o estudo foi divulgada esta semana pelo site da UFPR e traz declarações do professor de educação física Fernando Mezzadri, um dos integrantes do projeto: “As atividades físicas devem evitar qualquer forma de aglomeração ou de incentivo à circulação de pessoas. Sempre que possível as pessoas podem caminhar perto de suas residências e não devem procurar ir aos parques para realizar as atividades”.
Em relação ao retorno do esporte profissional, a pesquisa considera uma série de cuidados, como diagnosticar atletas e demais envolvidos, medir a temperatura e fazer testagem rápidas em quem frequenta os centros de treinamentos e pensar em realizar eventos em localidades menos afetadas pela doença, com ausência de público. Entretanto, reforça Mezzadri, esta volta não deve ocorrer agora: “Tanto os atletas quanto as pessoas devem fazer os testes como uma forma de controle e precaução, mas a volta aos treinamentos normais e as competições ainda não devem ocorrer agora. Consideramos muito precipitado o retorno às competições pelo atual estágio da pandemia no Brasil”.
Mezzadri lembra que os campeonatos estaduais no Brasil estão suspensos, o que impacta esse mercado. Para o professor, no caso do futebol brasileiro, os gestores devem proteger os milhares de jogadores que ganham até três salários-mínimos e já estão perdendo seus contratos: “Dificilmente haverá jogos com torcida enquanto não existir uma vacina para a covid-19”.