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Esta startup faturou R$ 1,8 mi com "gesso" de plástico biodegradável

Healthtech brasileira Fix It aposta na impressão 3D de órteses biodegradáveis e traz versão mais arejada, leve e estilosa do gesso; startup tem Hospital Albert Einstein como cliente

Felipe Neves, CEO e cofundador da Fix It, com órtese biodegradável da healthtech (Fix It/Divulgação)
LP

Laura Pancini

Publicado em 30 de abril de 2022 às 07h00.

Um osso quebrado não precisa mais do desconforto de um gesso duro e pesado. Ele pode ser protegido com plástico biodegradável, e com um design bem mais estiloso, graças à healthtech potiguar Fix It.

A startup desenvolve órteses biodegradáveis por meio da impressão 3D, oferecendo uma solução consciente para um problema de longa data.As órteses, diferente das próteses, são para auxiliar no procedimento de fraturas e na recuperação de casos pós-cirúrgicos. Elas são mais leves e arejadas do que o gesso tradicional, além de poder molhar e não ser alergênica.

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“Se bem cuidada, dura vários anos”, explicaFelipe Neves, cofundador e CEO da Fix It.“Cada órtese tem um desenho específico para cada articulação, seja por medida ou tamanho padrão.”

Órtese biodegradável da Fix It

A Fix It trabalha com plástico biodegradável desde 2015.Em 2021, a healthtech cresceu 130% em comparação ao ano de 2020. Só no faturamento, houve um crescimento de cerca de 1 milhão – de 850.000 para 1.839.500 reais.

O preço para desenvolver uma órtese é entre 80 a 100 reais. Já a órtese de punho, por exemplo, é vendida entre 250 a 300 reais, mas os preços podem mudar de acordo com a estrutura do licenciado, a carga tributária do município e outras variáveis.

“Eu, como fisioterapeuta de formação, também fui um menino que quebrou muito o osso quando criança. Quando surgiu a oportunidade de trabalhar com órteses, eu não tive dúvida que aquilo era o propósito a ser criado”, disse Neves. “Principalmente para as crianças, que sofrem mais com o desconforto e falta de liberdade quando se engessa um braço.”

Felipe Neves, CEO e cofundador da Fix It (Fix It/Divulgação)

Nos últimos dois anos, a produção da Fix It aumentou em 350%. A crescente é resultado dos mais de 105 profissionais licenciados que são habilitados a terem acesso à tecnologia da empresa.“Médicos ortopedistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais são três clientes em potencial para serem licenciados da Fix It. Também temos licenciados que são grandes clínicas e hospitais, além de órgãos governamentais.”

Healthtech tem Hospital Albert Einstein como cliente

A Fix It também conta com outras duas soluções. A primeira é a Plan It, serviço de planejamento cirúrgico, no qual o médico pode saber o tamanho exato da estrutura que vai ser operada. A metodologia reduz o tempo de cirurgia, o que significa menor risco para o paciente e economia para a equipe médica, tanto em horas quanto em material utilizado.

A outra, chamada Lean It, é uma consultoria de inovação à saúde para construção de produtos. A partir de problemas internos, o cliente identifica e pede pela construção de um novo produto. A partir daí, a Fix It desenvolve a ideia em parceria com o cliente e eventualmente disponibiliza a solução no mercado. O Hospital Israelita Albert Einstein está entre os principais clientes.

A meta para o futuro, conta Neves, é aumentar a mentalidade sustentável dentro da Fix It. “Estamos cada vez mais pensando no meio ambiente e em outras práticas, como mapeamento das composteiras e reutilização do plástico para transformá-lo em novos filamentos e imprimir novos produtos.”

“Em 2022 pretendemos focar no crescimento nacional, priorizando o fortalecimento de clientes atuais, mas também visando nosso crescimento na América Latina”, afirma Neves. O faturamento da healthtech deve ficar entre os 4 milhões de reais em 2022, de acordo com o CEO.

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