Ciência

Estudo mostra que coronavírus ainda não está controlado no Brasil

A pesquisa mostra que o Brasil ainda tem taxa de transmissão maior do que um, ou seja, cada pessoa infectada pelo vírus da covid-19 ainda infecta outra

Máscaras: acessório ajuda a mitigar a propagação do coronavírus (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)

Máscaras: acessório ajuda a mitigar a propagação do coronavírus (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 12 de maio de 2020 às 20h17.

Última atualização em 12 de maio de 2020 às 21h04.

Um estudo feito pelo Imperial College de Londres, um dos institutos de pesquisa mais respeitados do mundo, mostra que o coronavírus ainda não está controlado no Brasil.

A taxa de transmissão do vírus diminuiu nas últimas semanas, mas ainda está acima de R1 em todos os estados. Isso indica que cada pessoa infectada passa o vírus, pelo menos, para mais um indivíduo.

Na semana passada, o Brasil era o país com a maior taxa de transmissão do mundo, segundo a universidade londrina.

Os pesquisadores estimam que as medidas de contenção de fluxo de pessoas causam queda de 54% na taxa de transmissão do vírus.

Ainda assim, a universidade destaca que o número de infecção no Brasil dobrou em apenas dez dias, chegando a 135 mil casos – hoje, já são 177.602.

O estudo avaliou a situação da transmissão do vírus em 16 estados brasileiros, entre os quais, cinco concentram 81% das mortes – São Paulo lidera. Percentualmente, o Amazonas é o estado mais afetado pelo coronavírus, uma vez que 10,6% da população foi infectada, contra 3,3% dos paulistas.

“Estimamos que o número de disseminação do vírus é mais do que um, o que significa que a propagação do vírus no Brasil ainda não está sob controle”, afirma Thomas Mellan, da School of Public Health.

Em outro estudo, cientistas da Unicamp estimaram nesta semana que as medidas de distanciamento social atualmente em vigor salvarão mais de 15.000 vidas salvas nas próximas duas semanas. A redução da taxa de transmissão do coronavírus no Brasil desde o começo da quarentena caiu de 2,15 para 1,59.

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