Estudo indica que “gotinha”, da pólio, pode ser eficaz contra coronavírus
Se vacinas já existentes se provarem realmente eficazes contra a covid-19 em futuros estudos, a pandemia pode estar com os dias contados
Lucas Agrela
Publicado em 12 de junho de 2020 às 19h14.
Última atualização em 12 de junho de 2020 às 19h16.
Em um estudo sobre o novo coronavírus , pesquisadores do Instituto de Virologia Humana da Universidade de Maryland (Estados Unidos) indicam a possibilidade de a vacina oral contra a poliomielite, conhecida popularmente como “gotinha”, pode oferecer uma proteção temporária contra a covid-19. O efeito seria um dos não específicos da vacina.
O estudo foi publicado na revista científica Science, nesta sexta-feira (12), e traz evidências de que a gotinha e a vacina para a tuberculose, conhecida como BCG, podem dar ao organismo humano proteções contra infecções, sendo as respiratórias uma delas – como é o caso da covid-19.
A primeira evidência encontrada por pesquisadores que ligou a vacina BCG ao novo coronavírus foi que os países que ofereceram amplamente a vacina a população e fizeram campanhas de estímulo à imunização contra a tuberculose tiveram taxas menores de infecção da covid-19.
A semelhança apontada por pesquisadores entre o novo coronavírus e o poliovírus está no fato de que ambos microrganismos possuem uma cadeia positiva de RNA (material genético usado para sua replicação em células humanas). Por conta disso, os cientistas escrevem no estudo que os dois vírus possam ser afetados pelo mecanismo das vacinas já existentes.
Se as vacinas já existentes, que podem ser produzidas em massa, se provarem definitivamente efetivas contra o novo coronavírus em futuros estudos, a pandemia pode estar com os dias contados. Até lá, a principal esperança da comunidade científica está em vacinas que estão na fase três de testes, como a Coronavac, que será testada no Brasil, e as vacinas da farmacêutica Moderna e da Universidade de Oxford.