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Estudo encontra mais de 700 tipos de bactérias em micro-ondas

Bactérias resistentes ao calor sobrevivem em micro-ondas, diz estudo

Fornos de micro-ondas, que são amplamente utilizados em residências, escritórios e laboratórios, podem abrigar centenas de tipos de bactérias resistentes ao calor (Getty/Getty Images)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 10h33.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 10h57.

Um estudo conduzido por pesquisadores espanhóis revelou uma surpreendente descoberta: fornos de microondas, que são amplamente utilizados em residências, escritórios e laboratórios, podem abrigar centenas de tipos de bactérias resistentes ao calor. A pesquisa, publicada na revista científica Frontiers in Microbiology , identificou 747 tipos diferentes de microrganismos em microondas, desafiando a percepção comum de que o calor gerado pelo aparelho é suficiente para eliminar todos os microrganismos. As informações são do The Wall Street Journal.

Os fornos de microondas funcionam aquecendo alimentos ao fazer com que as moléculas de água neles vibrem, gerando calor. Esse processo é eficaz para eliminar a maioria das bactérias presentes nos alimentos. No entanto, a pesquisa mostrou que as bactérias que se encontram nas superfícies internas do aparelho, como a bandeja de vidro, não são expostas a esse calor de maneira eficiente, já que há pouca ou nenhuma água disponível nessas superfícies para aquecê-las o suficiente. Assim, esses microrganismos sobrevivem ao calor gerado, permanecendo nas superfícies mesmo após várias utilizações do aparelho.

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Microrganismos em ambientes variados

A pesquisa envolveu a coleta de amostras de 30 microondas, que foram analisadas em três tipos de ambientes: residências, escritórios e laboratórios de microbiologia. Os resultados revelaram uma grande diversidade de bactérias presentes nesses aparelhos, com diferentes tipos de microrganismos dominando em cada ambiente.

Os fornos de microondas em ambientes domésticos apresentaram uma maior concentração de bactérias, incluindo estafilococos, que são comumente encontrados na pele humana e podem representar riscos à saúde, especialmente em situações de contato frequente com alimentos. Já os microondas de laboratórios, que geralmente funcionam por mais tempo, abrigavam uma diversidade maior de microrganismos, incluindo aqueles altamente resistentes à radiação e ao calor extremo, similares aos encontrados em locais como painéis solares e áreas de resíduos nucleares.

Prevenção e cuidados com a saúde

Os pesquisadores destacaram a importância da limpeza regular dos microondas, especialmente em ambientes compartilhados. Embora o aparelho seja eficaz no aquecimento de alimentos, suas superfícies internas podem acumular bactérias se não forem adequadamente higienizadas. A recomendação é limpar o interior do aparelho com sabão ou água sanitária diluída para eliminar os microrganismos presentes.

Esses cuidados são essenciais, pois o estudo revelou que as superfícies dos microondas podem conter níveis de microrganismos semelhantes aos de outras áreas frequentemente utilizadas na cozinha, como mesas e bancadas. Isso significa que, apesar da eficácia do aparelho no aquecimento, a falta de limpeza pode representar riscos à saúde.

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