Cláudia Celada de Albuquerque contraiu bactéria rara durante intercâmbio nos Estados Unidos (Redes Sociais/Reprodução)
Repórter da Home
Publicado em 17 de abril de 2024 às 14h52.
A curiosidade a respeito do botulismo tem crescido entre os brasileiros após o relato de uma mulher de 23 anos que contraiu a doença durante sua viagem a Aspen, nos Estados Unidos.
Claudia de Albuquerque Celada contraiu uma rara bactéria enquanto visitiva o local como parte de seu intercâmbio. Ela foi hospitalizada em 17 de fevereiro, apresentando sintomas como falta de ar, tontura e visão turva. Assim que chegou ao hospital, seu corpo começou a mostrar sinais de paralisia, sinais característicos da doença. O diagnóstico foi confirmado após 15 dias.
A brasileira está internada há dois meses. Os custos do tratamento resultaram em uma dívida de aproximadamente R$ 2,53 milhões, na cotação atual.Recentemente, Claudia conseguiu escrever seu próprio nome em letras maiúsculas, "como uma criança", conforme relata Malu Brito, amiga da vítima da doença, nas redes sociais. A família de Claudia também informou que agora ela é capaz de respirar de forma mais "espontânea" por pelo menos uma hora, embora ainda dependa do ventilador pulmonar.
Devido à necessidade urgente do ventilador, a família está buscando uma ambulância aérea para transportar Claudia de volta ao Brasil, onde poderá receber tratamento mais próxima de seus pais. O custo do transporte é de US$ 200 mil. Para arrecadar essa quantia, parentes e amigos lançaram uma campanha de arrecadação online, que está sendo divulgada nas redes sociais.
Segundo informações do Ministério da Saúde, o botulismo é uma condição incomum, mas grave, com efeitos neuroparalíticos no corpo humano.
A doença é causada pela bactéria Clostridium botulinum (C. botulinum), que tem o potencial de induzir paralisia dos músculos. Em determinados casos, a evolução da enfermidade pode ser rápida e levar o paciente à morte.
O agente causador desta doença entra no corpo humano por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados, especialmente aqueles que não foram produzidos ou armazenados adequadamente. Não é possível identificar a presença da bacteria a olho nu.
Esta bactéria pode ser localizada no solo, em alimentos e nas fezes de animais na forma de esporos. Esses esporos, que atuam como unidades de reprodução, são estruturas resilientes que se formam em ambientes desfavoráveis. Em ambientes com baixo teor de oxigênio, como em alimentos enlatados, os esporos da bactéria começam a produzir a toxina.
Por enquanto, a família de Claudia Celada suspeita que ela tenha contraído a infecção por meio de uma refeição comprada em um mercado. Produtos enlatados são frequentemente associados a esse tipo de contaminação.
Para evitar a doença, é fundamental cuidado com a qualidade dos alimentos e exposição da pele ao solo ou áreas possívelmente contaminadas. É necessária também atenção ao higienizar tanto os produtos quanto as mãos, e é recomendável evitar consumir alimentos de latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou que apresentem alterações no cheiro e aspecto. Antes de consumir, os especialistas recomendam ferver ou cozinhar por 15 minutos os produtos industrializados e as conservas caseiras.