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Estação espacial chinesa entra na Terra e cai no Pacífico Sul

Tiangong-1 se desintegrou e ainda não há informações se fragmentos chegaram ao solo

Tiangong-1: desocupada desde 2013, os chineses perderam o contato com a estação em 2016 (Fraunhofer FHR/Divulgação)
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AFP

Publicado em 2 de abril de 2018 às 08h38.

Última atualização em 2 de abril de 2018 às 09h46.

O laboratório espacial chinês Tiangong-1 se desintegrou nesta segunda-feira ao entrar na atmosfera e cair no Pacífico Sul, após dois anos de voo descontrolado, anunciaram as autoridades de Pequim.

O módulo Tiangong-1 pegou fogo em grande parte sobre a vasta região oceânica central às 8H15 (21H15 de Brasília, domingo), anunciou a Agência de Engenharia Espacial Tripulada da China (CMSEO).

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O local exato da queda dos destroços não foi confirmado.

"A maior parte do material foi destruída na fase de entrada na atmosfera", afirmou a CMSEO em um comunicado.

O laboratório, colocado em órbita em setembro de 2011, se deslocava de forma descontrolada desde 2016, e entrou na atmosfera um pouco antes do previsto. A CMSEO havia anunciado em um primeiro momento que o retorno à Terra aconteceria às 00H42 GMT (21H42 de Brasília), o que teria provocado uma queda no Atlântico Sul, na altura da costa de São Paulo.

O Tiangong-1, ou "Palácio celeste 1", foi utilizado para realizar experimentos médicos. O laboratório também era considerado uma etapa preliminar na construção de uma Estação Espacial Chinesa.

A China tentou tranquilizar as pessoas sobre a reentrada na Terra do laboratório espacial de quase oito toneladas, assegurando que não provocaria danos. As autoridades chinesas prometeram um espetáculo "esplêndido", similar a uma chuva de meteoros.

A rede militar americana de radares e sensores confirmou que o Tiangong-1 entrou na atmosfera sobre o Pacífico, mas afirmou que isto aconteceu um minuto depois do que foi anunciado pelos chineses.

A queda em uma das áreas mais remotas do mundo privou os observadores de estrelas de um espetáculo de bolas de fogo caindo do céu.

Jonathan McDowell, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, disse que o módulo se aproximou de Pyongyang e da cidade japonesa de Kyoto durante o dia, reduzindo assim as probabilidades de ser observado antes de chegar ao Pacífico.

"Teria sido divertido para as pessoas observá-lo. A boa notícia é que não provocou nenhum dano quando caiu", declarou McDowell.

Vida curta

O módulo espacial foi colocado em órbita em setembro de 2011 e estava programado para fazer uma entrada controlada na atmosfera, mas parou de funcionar em março de 2016, o que gerou preocupação com a "queda".

Mas a probabilidade de um humano ser atingido por um objeto espacial de mais de 200 gramas é de uma entre 700 milhões, de acordo com a CMSEO.

Em 60 anos de voos espaciais foram registradas quase 6.000 entradas não controladas na atmosfera de grandes objetos fabricados pelo homem e apenas um destroço atingiu uma pessoa, sem provocar ferimento, de acordo com Stijn Lemmens, analista da Agência Espacial Europeia (ESA).

O calor e a fricção cada vez mais intensos provocaram o incêndio ou explosão da estrutura principal do laboratório. A maioria dos fragmentos se dissiparam no ar e uma pequena quantidade de destroços caiu lentamente.

Jonathan McDowell acredita que o Tiangong-1 foi a 50º maior objeto fora de controle a cair na Terra desde 1957.

A China investe bilhões de dólares na conquista do espaço. Pequim vê seu programa espacial, coordenado pelo exército, como um símbolo da força do país e planeja enviar uma missão tripulada à Lua no futuro.

O país colocou outro laboratório, Tiangong-2, em órbita em setembro de 2016 e espera transformá-lo em uma estação espacial tripulada em 2022, momento em que a Estação Espacial Internacional não estará mais em funcionamento.

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