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É alarde, mas dá esperança, diz Kalil sobre vacina da covid-19 da Moderna

O pesquisador explicou que não há muitas fábricas prontas para criar uma vacina contra coronavírus a partir da tecnologia usada pela Moderna

Vacina: empresa americana Moderna anunciou que teve bons resultados em uma vacina contra coronavírus (Tomaz Silva/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2020 às 08h12.

Última atualização em 19 de maio de 2020 às 15h23.

Jorge Kalil, diretor do laboratório de imunologia do Incor e um dos coordenadores da pesquisa para desenvolver a vacina brasileira contra o coronavírus , disse que é preciso ter calma com o anúncio da empresa de biotecnologia americana Moderna. Nesta segunda-feira (18), a companhia declarou ter encontrado resultados bastante positivos em testes de vacina contra a covid-19.

“É um alarde grande pelo [pequeno] número pacientes testados, mas sem dúvida é algo que nos dá esperança. A comunidade internacional está precisando disso”, avaliou o médico e pesquisador em entrevista à rádio CBN nesta terça-feira (19).

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“Mas por enquanto são poucos os pacientes, eles precisam encontrar mais voluntários e depois ir a campo e mostrar que a vacina funciona lá também”, acrescentou.

 

Na entrevista, Kalil explicou que, caso os testes da Moderna deem certo, descobrir a vacina do coronavírus será só o primeiro o passo. Depois, será preciso garantir que haverá ampla distribuição global e que os países estejam preparados para desenvolvê-la - o que pode levar bastante tempo.

“Essa vacina da Moderna, com RNA mensageiro, tem fábricas no mundo que podem fazê-la? Provavelmente não. Precisa adaptar fábricas e construir mais. O que leva tempo. Por isso precisa da pressão para a vacina ser disponível para todo mundo. A luta já começou pelo direito da patente, e as empresas também vão brigar por parte dos seus ganhos”, afirmou.

Como exemplo, Kalil citou a polêmica envolvendo a farmacêutica francesa Sanofi, que chegou a declarar que os americanos é que teriam prioridade caso ela descobrisse a vacina primeiro. A fala não caiu bem nas autoridades de saúde de França.

Quanto à vacina brasileira, o médico afirmou que em breve serão iniciados os testes em animais. “Passamos um bom tempo pensando o que iríamos fazer, para trazer algo adicional ao que vem sendo desenvolvido no mundo. Os primeiro conceitos foram sintetizados, e vamos começar a testar animais. Nós queremos enriquecer a vacina para que ela tenha vários componentes e tenha uma proteção mais abrangente”, declarou.

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