Dependência química nos EUA é crise de saúde pública
Em 2015, mais de 27 milhões de pessoas nos Estados Unidos consumiram drogas ilícitas, dos quais 21 milhões sofriam de alguma dependência
AFP
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 14h34.
O abuso de álcool e drogas afeta milhões de americanos e representa uma grave crise de saúde pública, concluiu na quinta-feira um relatório das autoridades sanitárias, que criticou o pequeno número de pessoas que recebem tratamento para este transtorno crônico e devastador.
"Os abusos de álcool e de drogas constituem uma das crises de saúde pública mais urgentes do nosso tempo", afirmou Vivek Murthy, cirurgião-geral (chefe operacional do serviço de saúde pública) dos Estados Unidos, insistindo no fato de que a dependência é uma doença crônica.
Este relatório, intitulado "Enfrentando a dependência nos Estados Unidos: Relatório do cirurgião geral sobre álcool, drogas e saúde", procura "mudar a maneira como a sociedade percebe a utilização excessiva do álcool e o consumo de drogas", explica.
"O vício não é uma fraqueza de caráter, é uma patologia crônica que deveria ser tratada com as mesmas competências médicas e a mesma compaixão que as doenças cardíacas, o câncer e a diabetes", disse Murthy.
Em 2015, mais de 27 milhões de pessoas nos Estados Unidos consumiram drogas ilícitas, dos quais 21 milhões sofriam de alguma dependência, um número maior que o de pessoas que tinham câncer, disse o relatório.
Mas apenas uma entre cada dez pessoas recebeu tratamento para esse problema.
Mais de 40% dos que têm problemas de dependência sofrem também de doenças mentais, e menos da metade deles é tratado.
O documento indica também que mais de 66 milhões de adultos e adolescentes, ou seja, cerca de 25% da população americana, reconheceu ter ingerido álcool de forma excessiva nos últimos 30 anos.