Henry: o crocodilo mais velho da história (Centro de Conservação Crocworld/Divulgação)
Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 15h55.
É verdade que existem muitos animais ameaçadores no planeta Terra. Mas se um dia você passar pela África do Sul, torça para que o seu caminho não cruze com o de Henry: o imponente crocodilo-do-Nilo (Crocodylus niloticus), que completou 124 anos nesta segunda-feira, 16, tem mais de 5 metros de comprimento é "pai" de mais de 10 mil outros crocodilos.
Mantido no Centro de Conservação Crocworld, na África do Sul, em cativeiro, o crocodilo foi capturado em 1903, na Botsuana. Embora a data exata do nascimento dele permaneça um mistério, pesquisadores estimam que tenha sido por volta de 1900. E apesar de assustador, tornou-se peça-chave para a reprodução e permanência da espécie, com mais de 10 mil descendentes — um dos maiores reprodutores documentados entre os crocodilos.
Com 5 metros de comprimento e 700 kg, Henry também se destaca pelo tamanho. Diferentemente de outros animais, crocodilos não deixam de crescer com a idade, uma peculiaridade que contribui para a aparência do animal. Mas Henry, apesar de ser o mais velho, está longe de ser o maior: esse título pertence a Lolong, com 6.17m, um crocodilo-de-água-salgada com mais de 1 tonelada.
O metabolismo lento e o sangue-frio dos crocodilos são alguns dos fatores que ajudam a explicara resistência da espécie. Por serem ectotérmicos, esses répteis utilizam fontes externas de calor para regular a temperatura corporal, o que permite economizar energia. Comparado a um mamífero de tamanho semelhante, um crocodilo precisa de apenas 4% da mesma quantidade de alimento para sobreviver.
Outro aspecto que contribuiu para a vida longa de Henry é o ambiente seguro do cativeiro. Lá, ele recebeu alimentação adequada, cuidados veterinários e esteve protegido de predadores, doenças e outros riscos comuns na natureza.
Há ainda especulações sobre outras vantagens biológicas. Pesquisas sugerem que proteínas encontradas no sangue dos crocodilos-do-Nilo possuem propriedades antibacterianas, o que os ajuda a combater infecções. Além disso, a microbiota intestinal robusta desses répteis também pode desempenhar um papel no fortalecimento do sistema imunológico.