Latas de cerveja (Susan Ellwood / EyeEm/Getty Images)
Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 16h21.
Um estudo conduzido pela Universidade Atlântica da Flórida identificou uma relação direta entre o consumo de álcool e o aumento do risco de câncer. A pesquisa analisou 62 estudos envolvendo quase 100 milhões de pessoas e concluiu que até o consumo moderado de bebidas alcoólicas pode elevar a probabilidade de desenvolvimento da doença.
De acordo com o levantamento, o risco cresce conforme a quantidade e a frequência do consumo. A associação foi observada mesmo entre pessoas que não apresentam consumo elevado de álcool.
Segundo Felipe Fernandez, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Cirúrgica, há uma correlação direta entre o volume ingerido e o risco oncológico.
Ele explica que indivíduos com consumo leve ou moderado já apresentam aumento da incidência de câncer, embora isso não signifique que todos os consumidores desenvolverão a doença. A orientação geral, segundo o especialista, é reduzir o consumo ao mínimo possível.
Os tumores mais frequentemente relacionados ao consumo de álcool são os de mama, intestino e fígado. O estudo aponta que o impacto do álcool não é uniforme entre a população.
Grupos como mulheres, idosos, pessoas obesas, fumantes e indivíduos com doenças crônicas ou em situação de vulnerabilidade social apresentam risco mais elevado, mesmo com ingestão menor de bebidas alcoólicas.
De acordo com Felipe Fernandez, o fator determinante não é o tipo de bebida, mas a quantidade de álcool presente em cada consumo.
O especialista ressalta que cerveja, vinho ou destilados apresentam risco semelhante quando considerados os volumes equivalentes de álcool ingerido. Bebidas de maior volume, como cerveja, podem aparentar menor risco, mas podem conter quantidade total de álcool igual ou superior à de doses menores de destilados.
O estudo reforça que a redução do consumo alcoólico é uma das medidas mais eficazes para diminuir o risco de câncer associado ao hábito.