Alzheimer: a doença é o tipo mais comum de demência em humanos (Sebastien Bozon/AFP)
Um novo e inédito capítulo se inicia no tratamento da doença de Alzheimer. Ainda que sob validação, pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, EUA, desenvolveram um novo exame para diagnosticar a doença de Alzheimer sem a necessidade de uma custosa ressonância magnética ou da dolorosa punção lombar, testes comumente utilizados para confirmar o quadro clínico.
Na nova descoberta, utiliza-se uma pequena amostra de líquido cefalorraquidiano (LCR), coletada na parte inferior das costas. Mais barato que a ressonância, o teste pode permitir um diagnóstico rápido da doença, o que significa que o tratamento pode ser iniciado mais cedo, trazendo mais qualidade de vida ao enfermo.
Para chegar ao novo exame, o cientistas testaram 600 pacientes em vários estágios da doença de Alzheimer e descobriram que os níveis da proteína amiloides, indicador importante de Alzheimer, se correlacionaram bem com os níveis da proteína tau (outro indicador de Alzheimer) no LCR e podiam distinguir com segurança a doença de Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas.
Os níveis de proteína também correspondiam estreitamente à gravidade das placas amilóides e dos emaranhados tau no tecido cerebral de pessoas que morreram com Alzheimer. Com esse dado mapeado, é possível mensurar no teste qual é o nível da doença no paciente avaliado.
O próximo passo será validar o teste em uma gama mais ampla de pacientes, incluindo aqueles de origens raciais e étnicas variadas e aqueles que sofrem de diferentes estágios de perda de memória ou outros sintomas potenciais de demência.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, mas o diagnóstico é um dos obstáculos para a estabilização do quadro — particularmente durante os estágios iniciais da doença.
As diretrizes atuais recomendam a detecção de três marcadores distintos: acúmulos anormais de proteínas amilóides e tau, bem como a neurodegeneração — a perda lenta e progressiva de células neuronais em regiões específicas do cérebro.
O desenvolvimento de um exame de sangue confiável seria um importante passo adiante. “Um exame de sangue é mais barato, seguro e fácil de administrar, e pode melhorar a confiança clínica no diagnóstico de Alzheimer e na seleção de participantes para testes clínicos e monitoramento de doenças”, escreveram os cientistas que lideraram o estudo.
Embora os exames de sangue atuais possam detectar com precisão anormalidades nas proteínas amiloide e tau, detectar marcadores de danos nas células nervosas específicas do cérebro tem sido mais difícil.