Chuva de meteoros: asteroides Geminidas foram vistos e fotografados em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul. (Reprodução/Eduardo Santiago/Projeto Exoss)
Repórter
Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 19h21.
A chuva de meteoros Geminidas, considerada a mais intensa do ano, começou a ficar visível no Brasil na quinta-feira, 11 de dezembro, com pico entre a noite de sábado, 13, e a madrugada de domingo, 14.
Parcialmente visíveis em todo o território nacional, os meteoros recebem esse nome por terem seu radiante na constelação de Gêmeos e costumam se destacar pela alta frequência de meteoros e pela presença de objetos mais brilhantes do que a média.
De acordo com o guia de observação elaborado pelo professor Gabriel Hickel, da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), a pedido do Observatório Nacional, o melhor período para acompanhar o fenômeno será entre 22h e o amanhecer, sempre considerando os horários de Brasília.
O professor afirma, entretanto, para a interferência da Lua, que pode dificultar a visualização dos meteoros menos brilhantes. Por isso, a recomendação é priorizar os horários em que o satélite natural ainda está abaixo ou próximo do horizonte.
Nas noites de 11, 12 e 13 de dezembro, o intervalo mais favorável vai de 22h30 à meia-noite. Já nas noites de 14 e 15, o melhor período é entre 22h20 e 2h. O pico máximo da chuva está previsto para ocorrer por volta das 5h da manhã do dia 14, embora a atividade elevada se estenda por cerca de 12 horas, tornando vantajosa a observação também nas noites anterior e posterior.
Em condições ideais — céu limpo, sem Lua e longe da poluição luminosa — a taxa de meteoros pode variar significativamente conforme a região do país. Segundo o Observatório Nacional, a previsão para a noite do pico indica:
A margem de erro é de aproximadamente 15% para mais ou para menos.
Para observar a chuva de meteoros, não é necessário nenhum equipamento. O ideal é procurar um local escuro, afastado das luzes urbanas, com o horizonte livre. A orientação é deitar-se ou se acomodar de forma confortável para ter o maior campo de visão possível do céu.
O professor Gabriel Hickel recomenda:
Ao contrário da maioria das chuvas de meteoros, que se originam de fragmentos de cometas, as Geminidas são formadas por partículas deixadas pelo asteroide 3200 Faetonte. Estudos indicam que ele pode ser o núcleo rochoso de um antigo cometa que perdeu quase todo o seu gelo ao longo do tempo.
Esse asteroide pertence ao grupo Apolo, que cruza a órbita da Terra. Embora não haja risco de impacto no próximo milênio, a origem das Geminidas faz com que essa seja considerada uma das chuvas de meteoros mais energéticas, com registros frequentes de objetos muito brilhantes e até fragmentação no céu.
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As partículas entram na atmosfera terrestre a cerca de 35 km/s, produzindo rastros luminosos relativamente longos, com duração um pouco superior a um segundo. Os meteoros mais intensos podem deixar esteiras persistentes, visíveis por vários segundos, principalmente no Hemisfério Sul.
Embora não atinjam a intensidade histórica dos Leonidas de 1833, que chegaram a registrar quase mil meteoros por minuto, as Geminidas seguem como o principal espetáculo astronômico anual visível a olho nu.
Para o Observatório Nacional, a chuva é uma excelente oportunidade de aproximar o público da astronomia e observar, em tempo real, fragmentos de um corpo celeste interagindo com a atmosfera da Terra.