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Chimarrão é pior que 100 cigarros? Estudo relaciona a bebida com câncer

Jornal americano New York Post resgatou artigo, publicado em 2008, que relatou a causalidade do chimarrão e outros fatores com casos de câncer de esôfago. O texto trouxe à internet a polêmica sobre os perigos da bebida tradicional no sul do Brasil

(iStock/Getty Images)
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André Lopes

Publicado em 2 de março de 2022 às 23h05.

Última atualização em 7 de março de 2022 às 23h34.

O chimarrão, bebida tradicional no sul do Brasil, feita a partir de uma infusão de erva mate, poderia ser pior que fumar 100 cigarros.

Essa foi a afirmação de uma publicação do jornal americano New York Post, que causou polêmica no último fim de semana, dizendo que o consumo de erva mate eleva o risco de desenvolver câncer. Para a sorte dos apreciadores da bebida, não é bem assim.

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O texto se vale de uma pesquisa científica realizada em 2008, pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Renato Fagundes.

Contudo, apesar do estudo de Fagundes partir de artigos observacionais que mostravam a incidência de lesões no trato digestivo com consumidores assíduos do chimarrão, o estudo foi feito dentro de um cenário bem específico.

Como relatado na reportagem do jornal americano, o foco da pesquisa do professor Fagundes era uma substância que pode estar ligada a casos de câncer, especialmente de esôfago, chamada PAH (sigla em inglês para hidrocabonetos aromáticos policíclicos).

O estudo demonstrou a presença de um dos PAH, o benzopireno, em amostras de infusões de erva mate preparadas para a pesquisa. A quantidade da substância seria equivalente ao que contém em um pacote de cigarros.

Outros estudos demonstram que o benzopireno é gerado durante o processo de secagem da planta, que normalmente é feito com o uso de fogo e fumaça, e que adiciona substâncias no processo de combustão.

O resultado da pesquisa, na verdade, é para ser entendido como uma camada de cautela a mais no consumo da bebida, mas não afirma a causalidade entre qualquer doença e o chimarrão.

O alerta, no entanto, vem do próprioConselho Fiscal do Instituto Brasileiro da Erva Mate, que apontauma questão sobre a temperatura com qual se consome a erva mate no sul do país.

Com o líquido sendo ingerido em temperaturas de 80 ou até 100 graus, em alguns casos, há chances de se ter uma lesão térmica, com agressão à mucosa esofágica. Então, com o acréscimo de abusos como álcool e cigarro, se tem um contexto clinico que poderia, no pior cenário, levar à complicações do nível de um câncer.

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