CFM deve aprovar resolução pelo uso médico do canabidiol
Conselho deve aprovar em setembro uma resolução que abre caminho para que médicos prescrevam a substância presente na maconha
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2014 às 21h28.
Brasília - O Conselho Federal de Medicina (CFM) deve aprovar em setembro uma resolução que abre caminho para que médicos prescrevam canabidiol, uma das substâncias presentes na maconha , para tratamento de seus pacientes.
Uma equipe de pesquisadores que estuda o tema deve entregar até o fim do mês um relatório sobre o assunto. A resolução deverá ser votada em seguida.
Em junho, o CFM já havia divulgado uma nota sobre o assunto. Na ocasião, o colegiado afirmara defender a pesquisa com produto, desde que feita de acordo com orientações dos comitês de ética.
"Seguimos os passos da prudência", afirmou o conselheiro Emmanuel Fortes. A posição mais flexível é resultado de apresentações feitas por pesquisadores que estudam o tema.
"Os resultados são impressionantes. Além disso, temos de levar em consideração o drama vivido pelas famílias", disse ele.
A discussão sobre o uso terapêutico do canabidiol, um componente da maconha que não tem efeito psicoativo, veio à tona depois de campanhas feitas por familiares de pessoas que sofrem crises repetidas de convulsão.
A importação do remédio, que é liberados nos Estados Unidos, somente pode ser feita mediante autorização especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Há dois meses, a Anvisa discutiu a retirada do canabidiol da lista de substâncias de uso proscrito no País, mas sem conclusão final. "Acreditamos que a decisão possa ser um passo para a decisão da Anvisa", disse o conselheiro.
No relatório que a equipe de especialistas prepara para o CFM, informou, devem constar informações como a indicação do medicamento, as doses consideradas seguras, pesquisas cuja realização é recomendada e outras que já podem ser descartadas.
Atualmente, para obter a autorização especial da Anvisa, familiares devem juntar uma requisição de médicos. Profissionais sentem-se, no entanto, intimidados, diante do fato de o remédio constar na lista de substâncias proscritas.
Fortes afirmou que o CFM não tem intenção de adotar nenhuma medida restritiva contra esses profissionais. "Esse é um drama vivido por familiares. Eles fazem a recomendação que, numa outra etapa, é ou não aprovada pela Anvisa."