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Blue Origin anuncia planos de lançar uma estação espacial privada

O projeto prevê capacidade para acomodar até dez pessoas na segunda metade da década

O módulo central do Orbital Reef em uma ilustração artística divulgada pela Blue Origin (Divulgação/AFP)
AL

André Lopes

Publicado em 25 de outubro de 2021 às 18h55.

Última atualização em 25 de outubro de 2021 às 19h13.

A Blue Origin, empresa de Jeff Bezos, anunciou nesta segunda-feira, 25, que planeja lançar uma estação espacial que terá capacidade para acomodar até dez pessoas na segunda metade da década, à medida que a corrida comercial pelo espaço se acelera.

A "Orbital Reef", descrita em um comunicado à imprensa como um parque empresarial de uso misto no espaço que apoiará a pesquisa e a fabricação na microgravidade, parte de uma fusão com a empresa espacial Sierra Space, e conta com apoio da Boeing e da Universidade Estadual do Arizona.

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"Por mais de 60 anos, a Nasa e outras agências espaciais desenvolveram voos espaciais orbitais e a habitabilidade do espaço, preparando o terreno para o início dos negócios comerciais nesta década", disse Brent Sherwood, executivo da Blue Origin.

"Vamos ampliar o acesso, reduzir o custo e fornecer todos os serviços e comodidades necessários para normalizar o voo espacial."

O posto privado é mais um dos vários planejados para os próximos anos, enquanto a Nasa avalia o futuro da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) após esta década.

A agência espacial tem um contrato com uma companhia chamada Axiom para desenvolver uma estação espacial que inicialmente se acoplará à ISS e depois voará livremente.

Na semana passada, a empresa de serviços espaciais Nanoracks, em colaboração com a Voyager Space e a Lockheed Martin, anunciou que está planejando uma estação espacial que iniciará suas operações em 2027, a Starlab.

De acordo com a Blue Origin, a Orbital Reef voará a uma altitude de 500 quilômetros, um pouco acima da ISS, e seus habitantes terão 32 amanheceres e entardeceres diários.

Poderá acomodar dez pessoas em 830 metros cúbicos, um volume um pouco menor que o da ISS, em módulos futurísticos com grandes janelas.

A ISS foi concluída em 2011 e tem sido um símbolo da cooperação entre os Estados Unidos e a Rússia no espaço, mas Moscou ultimamente tem sido evasiva quanto ao futuro da parceria.

Hoje é considerada segura até 2028 e seu novo administrador, Bill Nelson, afirmou que espera que dure até 2030, momento em que a Nasa acredita que o setor comercial terá avançado o suficiente para substituí-la.

Atualmente, a Blue Origin só é capaz de voar no espaço suborbital com seu foguete New Shepard.

Outros projetos da empresa incluem o New Glenn, um foguete que pode colocar cargas e pessoas em órbita, e um módulo de pouso lunar, apesar de ter perdido o contrato lunar para a rival SpaceX e estar processando a Nasa para tentar reverter a decisão.

Bezos, o segundo homem mais rico do mundo graças à Amazon, fundou a Blue Origin em 2000 com a pretensão de um dia criar colônias flutuantes no espaço, com gravidade artificial, onde milhões de pessoas possam viver e trabalhar, liberando a Terra da poluição.

Essas colônias seriam baseadas em um projeto de Gerard O'Neill, professor de física de Bezos em Princeton.

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