Ciência

Anticorpos da covid-19 passam de mãe para bebê durante gravidez, diz estudo

Segundo pesquisadores americanos, quanto mais tempo existir entre a infecção e o parto, mais anticorpos são transferidos para o bebê. 

Gravidez: mais de 1.500 mulheres grávidas foram analisadas para o estudo (Manaure Quintero/Reuters)

Gravidez: mais de 1.500 mulheres grávidas foram analisadas para o estudo (Manaure Quintero/Reuters)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 15h02.

Um estudo publicado na revista científica JAMA Pediatrics, aponta que os anticorpos do novo coronavírus passaram da mãe para o bebê durante a gravidez. De acordo com os pesquisadores, quando uma mulher grávida é infectada, ela pode passar uma boa parte de sua imunidade natural para o filho. Essa transferência funcionara com a ajuda da placenta.

A pesquisa sugere também que vacinar mulheres grávidas logo no começo da gestação pode ter efeitos melhores a longo prazo, mas os cientistas pedem cautela, uma vez que estudos sobre a vacinação durante a gravidez ainda não foram completados. Segundo os pesquisadores, quanto mais tempo existir entre a infecção e o parto, mais anticorpos são transferidos para o bebê.

Para chegar a essa conclusão, foram analisadas mais de 1.500 mulheres que deram à luz em um hospital na Filadélfia, Estados Unidos, entre abril e agosto do ano passado. Do total, 83 tinham anticorpos da covid-19. Depois do parto, testes mostraram que 72 recém-nascidos tinham os anticorpos necessários para prevenir uma infecção pela covid-19, mesmo quando a mãe não apresentava sintomas.

Em entrevista ao The New York Times, a Dra. Karen Puopolo, coautora do estudo, afirmou que cerca de metade dos bebês tinham níveis de anticorpo tão altos ou até mais altos do que os encontrados em suas mães. E, em cerca de 1/4 dos casos, o nível de anticorpos eram de 1,5 a 2 vezes mais alto do que o das mães.

Os anticorpos que cruzaram a placenta para alcançar as crianças foram os de imuglobina G, ou IgG – um tipo de anticorpo que é produzido pelo corpo dias depois da infecção e que a ciência sugere ter um tempo de proteção longo contra o SARS-CoV-2.

No entanto, os especialistas ainda não sabem se a quantidade é o suficiente para evitar o contágio nos bebês – e, porque apenas algumas das crianças eram prematuras, os cientistas não podem afirmar se um bebê que nasce mais cedo pode perder anticorpos. Mais pesquisas devem ser feitas para entender melhor como funciona a passagem de anticorpos de mãe para filho.

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