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Alguns cânceres são hereditários, mas exames podem ajudar

Médicos defendem que pessoas com histórico da doença na família façam exames preventivos

Campanha de prevenção ao câncer de mama: médicos defendem exames periódicos (Ashley Reed/Wikimedia Commons)

Campanha de prevenção ao câncer de mama: médicos defendem exames periódicos (Ashley Reed/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 16h02.

São Paulo - Entre tantas doenças, o câncer é uma das mais temidas pelas pessoas. "Ela é baseada na proliferação anormal de células do corpo humano e pode, inclusive, alcançar outros tecidos, o que chamamos de metástase", explica Volney Soares, oncologista da Oncomed e do Hospital Felício Rocho, ambos em Belo Horizonte.

De acordo com o especialista, o câncer é um mal que resulta da interação entre fatores ambientais e genéticos do indivíduo e o tabagismo, o alcoolismo e a obesidade podem ser fatores de risco para determinados tipos da doença. E uma pequena parcela - de 5% a 10% - dos tumores malignos são sim considerados hereditários.

"São os cânceres de mama e de intestino. Quando há casos na família, as pessoas têm uma maior probabilidade de ter os mesmos tipos de câncer do que a população em geral", afirma Soares.

Esse fator é motivo para mais cuidado. O ideal, nessas circunstâncias, é que as pessoas façam exames preventivos periódicos - mamografia e ultra-som de mamas no caso de câncer de mama e colonoscopia para os herdeiros de pacientes com câncer de intestino - em menor espaço de tempo ou até antes do período em que a população em geral começa a fazer, sempre sob orientação médica. "E também procurar o médico se notar alguma alteração em seu organismo", alerta o especialista.

Isso porque, se um câncer é diagnosticado no início e antes que saia de seu lugar de origem (tenha provocado metástase) é muito mais provável que o tratamento tenha sucesso. Com a popularização da mamografia, por exemplo, foram reduzidas em 30% as mortes por câncer de mama.

Estudos ecológicos

"O principal fator que causa o câncer, segundo estudos ecológicos, não é a hereditariedade ou fatores genéticos, mas sim os fatores ambientais e o tipo de alimentação", contradiz o cirurgião pediátrico do Hospital São Camilo Santana (de São Paulo) e oncologista nutrológico Sidney Federmann.

"Existe uma forte relação entre o consumo de gorduras, carne e derivados de leite com o câncer de mama", diz Federmann. "A alimentação pode lesar o DNA e mudar a expressão genética", enfatiza o especialista, mencionando um estudo realizado em 1980 que justifica sua linha de pensamento.

"A incidência de câncer de mama aumentou cinco vezes na segunda geração de mulheres japonesas que migraram para o Havaí. Já a de câncer colo-retal aumentou quatro vezes na primeira geração e se manteve constante nas gerações seguintes".

Por isso, para manter a saúde em dia, Federmann recomenda alimentação equilibrada e atividade física. O especialista é autor do livro "Prevenção de Doenças Crônicas - O Melhor Investimento" (R$ 40,00. Os pedidos devem ser feitos pelo telefone 11-2950-5044).

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