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Acelerador de partículas brasileiro firma acordo com o CERN

O CNPEM e o CERN assinam hoje um acordo mútuo de colaboração, que pode ajudar a construir o acelerador de partículas mais avançado do mundo

Sirius: acelerador de partículas localizado em Campinas é o maior investimento realizado em ciência e pesquisa no Brasil (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)/Divulgação)

Lucas Agrela

Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 10h00.

Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 10h29.

Famoso pela operação do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior colisor de partículas do planeta, o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) firma hoje um acordo de colaboração com o CNPEM, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, mantido e supervisionado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia de Inovações. O CNPEM é responsável pelo Sirius, acelerador de partículas e fonte de luz síncrotron de última geração utilizado para estudos de materiais.

O acordo abre caminho para cooperação em pesquisas de vários tipos, em grande parte, graças ao Sirius. Ele pode ser usado, por exemplo, para o pesquisa de materiais utilizados no novo acelerador de partículas do CERN, chamado Futuro Colisor Circular, que terá uma estrutura quatro vezes maior do que a do LHC atual, chegando a cerca de 100 quilômetros de extensão Além disso, há interesse no compartilhamento de tecnologias entre a organização brasileira e a europeia na área de supercondutores.

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O Sirius possui uma infraestrutura singular para a realização de pesquisas sobre materiais, biotecnologia, nanotecnologia, física e ciências ambientais. O novo acordo de colaboração entre as organizações é amplo e traz condições legais para compartilhamento de recursos em diferentes áreas de interesse mútuo.

Segundo o CNPEM, o acordo é resultado de um bom relacionamento e colaborações pontuais. Inicialmente, o tempo previsto de colaboração é de um ano.

“Como todo projeto de alta tecnologia, haverá um grande envolvimento da indústria nacional que se beneficiará do projeto em áreas como no desenvolvimento e construção de criostatos, desenvolvimento e fabricação de fios supercondutores e materiais para operarem condições extremas, fabricação de bobinas, desenvolvimento de eletrônicas rápidas de potência e diagnóstico, entre outros”, diz James Citadini, gerente de engenharia e tecnologia do CNPEM, em nota.

Apesar das semelhanças, o acelerador de partículas brasileiro é diferente do LHC europeu. No Sirus, não há uma colisão de elétrons como no acelerador do CERN. Em vez disso, os elétrons são acelerados em uma mesma direção para gerar um tipo de luz especial, que é conhecida como luz síncrotron, utilizada para pesquisas sobre moléculas e átomos de diversos materiais.

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