Ciência

A nova pangeia vem aí? África está se partindo e pode ter novo oceano

Estudo revela que pluma de manto sob a Etiópia pulsa como um coração e está rompendo a crosta africana; processo pode criar nova bacia oceânica em milhões de anos

O Chifre da África ficaria separado do resto do continente, repetindo o que aconteceu na formação do Atlântico. (Ancient Earth Globe/Reprodução)

O Chifre da África ficaria separado do resto do continente, repetindo o que aconteceu na formação do Atlântico. (Ancient Earth Globe/Reprodução)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 12h48.

Um novo estudo geológico descobriu que a África pode estar se dividindo em dois continentes. De acordo com a publicação da revista Nature Geoscience, pulsos rítmicos de rocha derretida sobem das profundezas da Terra, partindo a crosta africana ao meio.

O fenômeno acontece na região de Afar, na Etiópia, onde uma pluma de manto quente age como um coração pulsante. A cada batida, o calor e o material fundido sobem à superfície, enfraquecendo progressivamente a estrutura do continente.

A área etíope é uma das mais instáveis do planeta, com três falhas tectônicas gigantes se cruzando ali: os riftes do Mar Vermelho, do Golfo de Áden e o Grande Rifte Etíope. É a partir dessa convergência que surge o cenário perfeito para romper um continente.

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Emma Watts, da Universidade de Swansea, que liderou o trabalho, e outros pesquisadores de dez instituições coletaram mais de 130 amostras de rochas vulcânicas na região.

Com isso, a análise química revelou padrões que se repetem, indicando pulsações do manto terrestre.

Quando novo oceano vai surgir na África?

O processo irá levar milhões de anos, mas é apontado como inevitável pelos cientistas, já que conforme a fenda aumenta, a água do mar tende a invadi-la e formar uma nova bacia oceânica.

Dessa forma, o Chifre da África ficaria separado do resto do continente, repetindo o que aconteceu na formação do Atlântico.

"A evolução do manto profundo está ligada ao movimento das placas. Isso tem implicações para como entendemos vulcanismo e fragmentação continental", declarou Derek Keir, da Universidade de Southampton. O grupo agora estuda a velocidade desse fluxo subterrâneo.

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