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Última semana para conferir três exposições no MASP

Estão em cartaz até sábado (29) a mostra coletiva "Histórias Brasileiras", as individuais de Joseca Yanomami e de Dalton Paula

Emmanuel Nassar, Trapioca Box, 2021. (Masp/Divulgação)

Emmanuel Nassar, Trapioca Box, 2021. (Masp/Divulgação)

JS

Julia Storch

Publicado em 26 de outubro de 2022 às 10h00.

Até sábado (29), é possível visitar três exposições no MASP, em São Paulo. Em comemoração ao bicentenário da independência do Brasil, é possível ver a mostra coletiva "Histórias Brasileiras", as exposições individuais de Joseca Yanomami e de Dalton Paula.

Em cartaz desde agosto, "Histórias Brasileiras" dá continuidade às exposições dedicadas às Histórias no MASP. A mostra, reúne cerca de 380 trabalhos, sendo 24 inéditos, de aproximadamente 250 artistas e coletivos que contemplam diferentes mídias, suportes, tipologias, origens, regiões e períodos, organizados em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas, Paisagens e trópicos, Terra e território, Retomadas, Retratos, Rebeliões e revoltas, Mitos e ritos e Festas.

Nesse contexto, a perspectiva privilegiada não é tanto a da história da arte, mas a das histórias sociais ou políticas, íntimas ou privadas, dos costumes e do cotidiano, partindo da cultura visual e expressando um caráter mais polifônico e fragmentado, escapando de uma visão definitiva, canônica e totalizante.

A mostra "Joseca Yanomami: nossa terra-floresta", reúne 93 desenhos, doados por Clarice O. Tavares ao acervo do MASP em 2021, de personagens, cenas, paisagens e fenômenos do universo yanomami, tendo como referência a floresta, seus povos, suas histórias e os cantos xamânicos.

Esta é a primeira exposição individual dedicada aos desenhos do artista, apresentando parte de sua produção no ano em que são celebrados os 30 anos da homologação da Terra Indígena Yanomami.

Joseca Yanomami, [Quando um Yanomami torna-se xamã é assim que os espíritos descem até ele. Os xapiripë descem de muito longe, não vêm de perto. Por isso, ainda que falem sobre suas terras, nós — não xamãs — não entendemos bem suas palavras], 2011. Caneta hidrográfica, lápis grafite e giz de cera sobre papel. (Masp/Divulgação)

Já a mostra "Dalton Paula: retratos brasileiros" reúne 30 pinturas que retratam lideranças e personalidades negras historicamente invisibilizadas no Brasil. Entre as obras, 12 foram produzidas de 2019 a 2022.

Dalton Paula (1982 - Brasília) vive e trabalha em Goiânia, onde se formou em Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás (UFG). Sua prática artística utiliza diversas linguagens, como pintura, performance, instalação, fotografia e objeto, para evidenciar relações entre imagem e poder. Em seu repertório, a figura central é o corpo negro em diáspora, seus ritos e rituais, com destaque para os retratos de personalidades negras que constituem uma proposta de revisão da historiografia oficial do Brasil.

A exposição Dalton Paula: retratos brasileiros traz trabalhos de diferentes fases da trajetória do artista, de 2018 até os dias atuais, sendo 15 deles exibidos pela primeira vez. As obras resultam de um longo processo artístico que se inicia com a seleção de biografias, parte para uma pesquisa e a coleta de documentos, como fotos e recortes, e então segue para a fase de produção.

“É possível dizer que as pinturas falam entre si, como amigas íntimas, expressando suas personalidades, filosofias e práticas. São feitas no coletivo, como são coletivos os ensinamentos ancestrais”, reflete a curadora Lilia Schwarcz.

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