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Tênis de futsal contam a história do esporte por meio da evolução tecnológica da produção

Dos modelos vulcanizados da seleção da década de 1990 à sustentabilidade: a jornada dos calçados que moldaram a história do futsal brasileiro

Penalty: empresa de produtos esportivos viu uma evolução crescente na tecnologia dos tênis de futsal (Divulgação/Penalty)

Penalty: empresa de produtos esportivos viu uma evolução crescente na tecnologia dos tênis de futsal (Divulgação/Penalty)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 17h47.

Última atualização em 22 de dezembro de 2023 às 18h09.

O futsal é mais do que um esporte no Brasil; é uma paixão que une gerações e transcende barreiras sociais. A modalidade mais praticada nas escolas do país, uma tradição inicialmente reconhecida como futebol de salão, está presente de alguma forma nas instituições de ensino. Por esse motivo, muitos brasileiros têm uma conexão especial com os tênis de futsal.

Entre as marcas com história no setor, está a Penalty, empresa de produtos esportivos que viu uma evolução crescente na tecnologia e na produção dos calçados ao longo dos anos. A companhia está nos pés dos jogadores desde a década de 1970, alcançando destaque por meio de parcerias com profissionais da seleção brasileira na década de 1990, quando a equipe ficou marcada na história pela conquista de duas Copas do Mundo.

Vander, Ortiz, Douglas, Serginho e Morruga são alguns dos craques que tiveram seus nomes em produtos confeccionados pela Penalty. Atualmente, Rodrigo Capita, do Magnus Futsal e da seleção brasileira, é embaixador da marca e usa as chuteiras durante os treinos e jogos.

Segundo Alexandre Allgayer, gerente de P&D da Penalty, houve uma evolução na forma de produção, trazendo mais conforto e padronização para os tênis mais modernos. “No início, tínhamos muitos tênis de futsal sendo produzidos de forma que necessitava-se de um trabalho manual e cuidadoso, principalmente, quando consideramos os modelos vulcanizados, que era a tecnologia dominante dos anos 1970 até meados dos anos 2000”, explica.

Os tênis vulcanizados eram feitos de lona, com biqueira de couro e eram muito resistentes, porém menos confortáveis que os modelos mais modernos; principalmente porque esse padrão tinha um grau inferior de amortecimento.

“Nesse período, principalmente considerando os modelos criados para os craques da seleção brasileira, tínhamos uma diferença no solado de cada um dos produtos. Cada um seguia um padrão determinado pelo estilo de jogo de cada estrela das quadras”, detalha Flávio Luciano, designer de produtos da Penalty há mais de 15 anos. Segundo o especialista, esse tipo de modificação fazia com que os calçados se tornassem mais robustos ou mais leves, dependendo das características escolhidas por cada um.

Porém, esses modelos dominaram o mercado até 2008, quando surgiram a linha Max da Penalty. Até o ano de 2013, a linha Max apresentou três modelos distintos: Trueno, Viento e Huracan, cada um projetado para atender às demandas específicas dos jogadores. O Trueno, caracterizado por sua robustez, tornou-se a escolha preferida dos goleiros, proporcionando resistência e proteção. Por outro lado, o Viento, mais leve, foi desenvolvido para atender aos jogadores rápidos e habilidosos, enquanto o Huracan oferecia uma fusão equilibrada entre robustez e leveza.

“A escolha do tênis sempre está ligada ao estilo de jogo de cada um. É por este motivo que a decisão pelo tipo de calçado ganha importância, antes mesmo de entrar nas quadras. Usar o modelo correto para o seu estilo de jogo pode amplificar a forma que você joga”, comenta Allgayer.

Em 2013, a Penalty ajustou sua oferta, introduzindo os modelos Max 500 T e Max 500 S, representando a evolução do Trueno e uma combinação aprimorada do melhor do Huracan e do Viento, respectivamente. A linha Max passou por uma consolidação em 2016, concentrando-se em um único modelo, o Max 500. Em resposta aos pedidos dos atletas, o modelo de 2019 incluiu a introdução do "locker", a famosa botinha, além de ser construído inteiramente em TPU, proporcionando um solado com maior capacidade de amortecimento.

Mas a revolução começou no ano de 2018, quando foi introduzido o primeiro cabedal 100% em tecido, porém, sem descartar as características dos tênis da Penalty, que são reconhecidas no mercado.

Em 2021, a marca lançou o Max 1000 Ecoknit, marcando início do uso de material sustentável, além do retorno da tecnologia Molix, com inovações no peito do pé e solado para oferecer um conforto aprimorado aos atletas. A mistura de laminado e costura nesse modelo não apenas proporciona conforto mas também uma firmeza que remete aos tênis do passado.

Desde sua origem, os calçados do futsal não só buscaram atender às demandas dos jogadores de futsal mas também se distinguiram por trilhar um caminho mais sustentável, principalmente quando se fala da evolução do modo de produção da Penalty.

“Temos a convicção de que os processos de desenvolvimento das chuteiras e tênis de futsal precisam incorporar a mais alta tecnologia e levar em conta os estudos de impacto na prática de esporte. Essa é uma tendência do nosso mercado. Porém, também é necessário pensar nos impactos que causamos no meio ambiente como um todo.

Desse modo, a linha Ecoknit fez toda a diferença, não apenas para o esporte como também para o impacto socioambiental da produção dos calçados”, completa Allgayer.

“É certo que com o avanço da tecnologia e mais conhecimento sobre os impactos dos tênis para os jogadores, veremos o segmento avançar ainda mais em um futuro breve. Tecnologias como a inteligência artificial podem ser de grande ajuda, principalmente na coleta e análise de dados. Algo que moldará o futuro de um esporte que é amado em todo o Brasil”, finaliza Allgayer.

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