Carnaval: Desfiles de blocos acontecem até a terça-feira (PeopleImages/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de março de 2019 às 09h20.
São Paulo - "Quem não gosta de samba bom sujeito não é / É ruim da cabeça ou doente do pé / Eu nasci com o samba, no samba me criei / E do danado do samba eu nunca me separei", cantava Alcione. Troque a palavra "samba" acima por bloco e dá para entender o quanto o carnaval de rua paulistano tem atraído pessoas de todas as idades e se diversificado.
E a porta de entrada para a folia no domingo de Momo foi a mesma de tantos outros carnavais: as marchinhas. Foram elas que embalaram talvez a maior concentração de super-heróis, personagens de desenhos e de videogames por metro quadrado no bloco Gente Miúda, em Perdizes. Ele reuniu os pequenos foliões em meio a uma chuva de confete, espuma e serpentina. "Animar e envolver as crianças nesse universo, de maneira lúdica, é o objetivo", disse uma das produtoras do evento, Daiana Alves.
Grande parte dos foliões de primeira viagem, aliás, tomou a Faria Lima, ali perto, e aprovou o clima familiar do Bloco Madalena. "Eu tinha medo, receio da bagunça, mas me disseram que era tranquilo. Assim, aprendo a brincar o carnaval sem susto", disse a estudante Natali Dantas. "É a minha primeira vez também. Assistia na TV e morria de vontade", completou a também estudante Magiele Reis, de 20 anos.
Na zona oeste, aliás, os novatos tinham lugar reservado. Também com clima de matinê, o Jegue Elétrico se vestiu de personagens de histórias em quadrinhos, piratas e bailarinas. Só que a corda de isolamento era usada por crianças pequenas e idosos. "Trouxe o meu netinho. Acho que, para trazer criança, você tem de pegar o início do bloco. Depois fica complicado", disse Selma Abigail, de 61 anos.
Nos blocos mais "adultos" ou "veteranos", a crítica política se misturou ao clima de festa em cortejos como o do Explode Coração, que pelo terceiro ano levou às ruas Maria Bethânia como "trilha sonora" e deixou a Praça da República arrastando mais de 100 mil foliões pelo centro de São Paulo. Ali a homenagem ao álbum Alteza, de 1981, ocorreu em meio a lembranças da vereadora Marielle Franco e manifestações, com pessoas entoando "Ele, não".
Também em blocos como o Ritaleena, na Mooca (zona leste), não faltaram rapazes de rosa e meninas de azul, em clara citação às polêmicas iniciais do governo Jair Bolsonaro. "Este é um bloco feminista, cuidem das amigas", alertou desde o início a diretora musical, a cantora Alessa.
Enquanto isso, no Ibirapuera, o clima era só de festa, sob o comando de Michel Teló. A chuva, que pelo segundo dia encharcou foliões em cortejos nas zonas sul e leste, não chegou ao parque e o público "se acabou no arrocha" ao som de Ei, Psiu Beijo Me Liga, e Ai Se Eu Te Pego. No setlist, não faltaram modinhas de carnaval e o hit do verão: Jenifer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No Rio a festa também acontece. Mais de 50 blocos carnavalescos desfilam nesta segunda (4) nas ruas da cidade. O principal destaque é o Sargento Pimenta, que se apresenta a partir das 10h, em um palco montado no Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, para um público estimado em 40 mil pessoas.
Hoje também é dia dos tradicionais blocos infantis Largo do Machadinho, mas não Largo do Suquinho, que faz a festa no Largo do Machado, das 9h às 14h, e a versão para crianças da Banda de Ipanema, a partir das 14h30, na Praça General Osório, em Ipanema.
Há ainda blocos como Nova Geração do Zumbi (Ilha do Governador, às 13h), Pede Passagem (Gávea, às 12h), Bloco das Divas (Recreio dos Bandeirantes, às 16h30) e Corre Atrás (Leblon, às 9h), que devem atrair mais de 10 mil pessoas, segundo a prefeitura do Rio.